No dia 17 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Botânica. Esta data faz menção quanto a relevância dos estudos direcionados ao conhecimento da estrutura e valor de importância das plantas
Mas, o que é botânica?
O termo Botânica é originário do grego botané, este que tem como significado “planta”. A saber, a botânica se destaca por ser uma extensão da biologia e tem como principal objetivo o estudo do Reino Plantae. Em outras palavras, a botânica é a principal ferramenta no estudo dos vegetais.
Subdivisões da botânica
Apesar de ser um ramo da biologia em que está direcionado para o estudo das plantas, a botânica também se faz presente nos estudos das algas e fungos. Ademais, esta ciência pode ser compreendida a partir de diversas áreas. Por exemplo, tem-se:
- Anatomia vegetal: ciência voltada para o estudo da organização das células, tecidos e órgãos das plantas.
- Fisiologia vegetal: ramo centrado em estudar as funções internas das plantas. Em outras palavras, por meio deste estudo faz-se possível compreender os processos de fotossíntese, respiração, nutrição e transpiração, estes que estão intrinsecamente atrelados a manutenção da vida dos vegetais.
- Morfologia: parte da botânica voltada para o estudo da forma e da estrutura das plantas.
- Taxonomia e sistemática vegetal: área da botânica que visa agrupar as plantas de acordo com suas características dentro de um sistema.
- Etnobotânica: estuda a relação entre as plantas e o homem, isto é, quais os benefícios que as plantas oferecem para os mesmos.
Histórico do surgimento da botânica
A princípio, a história desta ciência vem muito antes da criação do Dia Nacional da Botânica. Tudo começou nos tempos antigos, época em que os naturalistas separavam os seres vivos em basicamente dois grupos: Reino Animal e Reino Vegetal. A saber, a divisão se dava a partir da similaridade de características dos seres vivos.
Foi na Grécia antiga, entre 317 e 287 anos A.C., que surgiram os primeiros estudos relacionados às plantas. Assim, o filósofo Theophrastus, pai da botânica, deu início a história da ciência a partir da identificação de vegetais. O filósofo deu nome à duas obras que marcam o início da ciência botânica: “História das Plantas” e “Sobre as causas das plantas”.
Além dos sucessos supracitados, Theophrastus propôs a divisão do reino vegetal em quatro grupos de plantas: árvores, arbustos, tubérculos e ervas. Ainda mais, em sua trajetória, o filósofo abordou temáticas como cultivo, propagação e germinação, além de expor a compreensão quanto monocotiledôneas e dicotiledôneas; angiospermas e gimnospermas.
Cabe destacar que, quando se trata da botânica moderna, tem-se o alemão Otto Brunfels como o precursor da botânica. Ademais, no decorrer dos anos, estudos foram realizados e aprimorados. Os naturalistas se empenharam em publicações de livros, realização de conferências científicas, assim como na criação de herbários e jardins botânicos. No Brasil, tem-se o Jardim Botânico do Rio de Janeiro como um dos mais importantes do país.
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Da criação do Dia Nacional da Botânica
Nascido na Alemanha, em 17 de abril de 1794, o botânico Carl Friederich Philipp von Martius desenvolveu uma das mais relevantes pesquisas botânicas no mundo. A partir deste trabalho desenvolvido, publicou-se a Flora Brasiliensis. Esta ferramenta é uma obra de grande relevância para os profissionais da área, sendo ainda utilizada para as pesquisas relacionadas com plantas.
Martius, considerado um renomado naturalista na época, veio ao Brasil em 1817, permanecendo no país até o ano de 1820. Na oportunidade, o pesquisador realizou expedições nas regiões norte, nordeste e sudeste do país. Nesta jornada, o alemão se dedicou em coletar e catalogar espécimes vegetais, hoje presentes na Flora Brasiliensis. Este levantamento resultou em mais de 22 mil espécies de plantas da flora brasileira catalogadas.
A saber, a Flora Brasiliensis, obra na qual se constitui de espécies catalogadas no Brasil, foi produzida na Alemanha entre os anos de 1840 e 1906. Para tanto, Carl Friedrich contou como a colaboração de August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban e a participação de 65 especialistas de vários países.
Assim, após 200 anos do nascimento do pesquisador, como forma de homenageá-lo, instituiu-se o Dia Nacional da Botânica em 1994. Esta data se estabeleceu a partir do decreto n.º 1.147, de 24 de maio de 1994. O documento, além de decretar o Dia Nacional da Botânica, faz menção também a criação da Medalha do Mérito Jardim Botânico do Rio de Janeiro e declara a palmeira brasileira Carnaúba (Copernicia cerifera) como a planta símbolo do mesmo.
Importância do Dia Nacional da Botânica
O 17 de abril representa mais que uma homenagem ao naturalista Martius. Esse dia é um lembrete quanto a importância das plantas na qualidade de vida dos seres humanos. A saber, esses seres apresentam uma quantidade significativa de utilidades e serviços.
O Dia Nacional da Botânica permite a conscientização e conhecimento para a sociedade quanto a importância que as plantas possuem e como são necessários os estudos nesta área.
A partir do estudo botânico faz-se possível inferir quanto a evolução das plantas, diversidade e estrutura vegetal. Dessa forma, os conhecimentos advindos da botânica permitem depreender quanto as mais diversas características das plantas, isto é, compreender as interações, funcionamento, bem como suas características.
De fato, o conhecimento de forma detalhada das características de uma planta se faz de grande relevância. A partir da análise minuciosa dos componentes de um indivíduo arbóreo faz-se possível a determinação quanto ao uso que as espécies podem apresentar. A exemplo, importância para a recuperação de áreas degradadas e o uso múltiplo da espécie.
Valor das plantas
Compreender as características das plantas é conhecer quanto a diversidade que estas apresentam, os produtos que oferecem e como deve ser o trabalho para a conservação do meio ambiente.
As plantas absorvem dióxido de carbono, sendo assim de fundamental importância quando falamos de mitigação dos efeitos do aquecimento global, das mudanças climáticas e diminuição da emissão dos gases do efeito estufa.
Muito mais que valor ambiental, os vegetais possuem importância cultural, religiosa, social e econômica. Tais recursos naturais oferecem os mais diversos produtos, sejam madeireiros ou não madeireiros. Em outras palavras, as plantas e seus derivados podem ser utilizados para a regulação da temperatura e do regime hídrico, manutenção do regime de chuvas, arborização urbana, alimentação animal e do ser humano, fins medicinais, farmacêuticos, estéticos, dentre outros.
Profissionais que trabalham com a botânica
Comumente, por ser um ramo da biologia, a botânica é uma especialidade intrínseca dos profissionais dessa ciência. Contudo, profissionais atuantes das áreas de Engenharia Florestal e Agronomia, por exemplo, também podem se especializar em botânica, uma vez que na jornada acadêmica dos mesmos a disciplina é ofertada.
O botânico, também chamado de biólogo vegetal, é um profissional com especialização em botânica. Assim, pode-se inferir que o título é obtido a partir da realização de uma pós-graduação na área.
Atuação do botânico
O profissional atuante na botânica tem como principal objetivo conhecer e compreender o comportamento das plantas. Em outras palavras, estes profissionais estão diretamente relacionados com o conhecimento quanto a morfologia, identificação, reprodução, fisiologia, distribuição e classificação das plantas. Além disso, cabe aos mesmos compreender como se dá as relações mútuas das plantas, bem como com os demais seres vivos.
Os profissionais desta ciência possuem uma gama de oportunidades. Os mesmos podem atuar nos setores públicos ou privados, carreira acadêmica, dentre outros.
A partir da especialização, os botânicos podem exercer funções relacionadas à produção de mudas, paisagismos, conservação da vegetação, produção de espécies nativas e exóticas. Estes profissionais podem também:
- Atuar na produção de medicamentos à base de plantas;
- Trabalhar com projetos que visem a conservação de espécies ameaçadas;
- Agências de biotecnologia;
- Pesquisas científicas;
- Ensino;
- Empresas de sementes;
- Reservas naturais, jardins naturais, jardins botânicos, museus, parques; e
- Consultoria ambiental.
Com informações Flora brasiliensis