Primeiramente, o Jornalismo Digital representa uma transformação profunda na maneira como as notícias são produzidas, distribuídas e consumidas. Com o avanço da internet e das tecnologias de comunicação, o modelo tradicional, baseado em jornais impressos e emissoras de rádio e televisão, perdeu espaço para plataformas digitais que oferecem conteúdos em tempo real, interativos e personalizados. Esse novo cenário impôs desafios e oportunidades para jornalistas e veículos de comunicação, alterando não apenas o formato das notícias, mas também a relação entre produtores e consumidores de informação.
Outrossim, uma das precípuas características do Jornalismo Digital consiste na instantaneidade. Antes da internet, a informação tinha um ciclo mais longo de produção e publicação. Hoje, eventos são noticiados em tempo real por meio de portais de notícias, redes sociais e aplicativos, o que permite que o público acompanhe os acontecimentos quase simultaneamente ao seu desenrolar. Essa velocidade, no entanto, exige maior responsabilidade e rigor na apuração, já que a disseminação de informações incorretas ou imprecisas pode causar impactos significativos.
No entanto, outro aspecto fundamental é a interatividade. No jornalismo tradicional, a comunicação era majoritariamente unidirecional: os veículos publicavam as notícias e os leitores apenas consumiam o conteúdo. No ambiente digital, essa dinâmica mudou radicalmente. Agora, o público pode comentar, compartilhar, sugerir pautas e até contribuir com informações e imagens, tornando-se parte ativa do processo jornalístico.
“Essa nova realidade ampliou a diversidade de vozes e perspectivas, mas também abriu espaço para a propagação de” fake news”, um dos grandes reptos da atualidade.
Destarte, o modelo econômico do jornalismo também passou por transformações. Se antes a principal fonte de receita dos jornais impressos era a venda de exemplares e a publicidade tradicional, o jornalismo digital precisou encontrar novas formas de financiamento. Muitos veículos adotaram o modelo de assinaturas e “paywalls”, enquanto outros investem em publicidade digital e parcerias estratégicas. O repto consiste em equilibrar a necessidade de sustentabilidade financeira com a oferta de conteúdo acessível e de qualidade.
Ademais disso, a inteligência artificial e o uso de algoritmos desempenham um papel cada vez mais relevante no jornalismo digital. Plataformas utilizam essas tecnologias para personalizar a experiência do usuário, sugerindo conteúdos com base em seu histórico de navegação e interesses.
Entretanto, essa personalização também levanta questões sobre bolhas informacionais e a possibilidade de reforço de vieses, uma vez que os leitores podem ser expostos apenas a conteúdos alinhados às suas crenças e opiniões.
Conquanto os desafios, o Jornalismo Digital trouxe avanços significativos. A ampliação do acesso à informação, a diversificação das fontes e a possibilidade de maior transparência na produção jornalística são alguns dos benefícios desse novo cenário. Para os profissionais da área, a adaptação às novas tecnologias e a busca por credibilidade são fundamentais para garantir que o jornalismo continue cumprindo seu papel essencial na sociedade: informar, educar e fiscalizar o poder.
Em epítome, em um mundo cada vez mais conectado, o jornalismo digital seguirá evoluindo, impulsionado por novas tecnologias e mudanças nos hábitos de consumo de informação.
Por final, a persecução pelo equilíbrio entre inovação e a Deontologia Jornalística se configura essencial para garantir que a revolução digital continue fortalecendo a democracia e promovendo o acesso a informações fidedignas e de qualidade.
Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos
Jornalista (MT/SC 4155)

https://bomdiasc.com.br
@bomdiasantacatarina