Construção de caixas-ninho para aves
Com a urbanização das cidades, cada vez menos se encontram árvores de grande porte, que foram cortadas para vender a madeira, ou para não interferir nas linhas de transmissão de energia ou de dados e nos ambientes de grande concentração de pessoas.
Muitas espécies de aves nativas, precisam destas árvores com troncos já desenvolvidos por dezenas de anos para fazer os seus ninhos. Algumas aves procuram buracos em árvores onde possam construir seus ninhos.
Com a aproximação da primavera, a época em que as aves procuram locais e materiais para fazer seus ninhos, e entre elas, aquelas que procuram troncos ocos. Com uma caixa-ninho, procuramos substituir a falta de árvores e os ninhos compostos de buracos em seus troncos.
Nas figuras anexas, fazemos uma sugestão de corte de uma chapa de madeira, e da perspectiva da caixa depois de montada. Não é um tamanho definitivo, podendo ser adaptado por cada construtor.
O tamanho destes ninhos deve ser adequado para cada espécie de ave, sendo que a entrada menor deve ter em torno de 25mm, aumentando com o tamanho da espécie até 35mm aproximadamente. O orifício de entrada deve ficar na parte superior do ninho (12cm do piso), evitando a entrada de luz direta.
As caixas devem ser construídas com madeira bem espessa (recomendado é 20mm), melhor se uma madeira antiga, sem tinta e sem cheiros de produtos químicos (os aglomerados modernos usam formol para afugentar os insetos).
Deve ser construída com uma das faces facilmente removível, para realizar a limpeza depois da temporada de criação. O telhado é uma das peças mais adequadas para acessar o interior, através da remoção de parafusos ou pinos de fechamento. Opcionalmente pode se deixar uma das laterais com fixação removível para o acesso.
As peças de madeira podem ser presas entre si por pregos, parafusos ou até cola. Não deve ter um poleiro junto ao buraco de entrada, para evitar o acesso de invasores estranhos.
As caixas devem ser instaladas longe de aglomerações ou passagem de pessoas, e evitando o sol forte, vento predominante e ou chuva. Voltar a entrada para o lado que tenha menos chuva.
As paredes internas devem ser escuras, e não muito lisas, para facilitar a saída das aves. Podem ser realizados pequenos degraus onde as aves apoiem suas patas para subir até a entrada.
No piso inferior, fazer 4 furos de drenagem com diâmetro de 3mm nos cantos, para o caso de entrar água na caixa.
Dentro da caixa, pode ser deixado um pouco de palha de madeira e corda de algodão, para ajudar a compor o ninho.
Enfim, respeitando as regras acima, sugerimos uma dimensão de caixa, que pode ser modificada a critério do construtor ou do material disponível.
Espécies como corruíra, pica-paus, pardais e outras podem se interessar por este tipo de ninho.
Muitas vezes uma caixa-ninho leva um ano até ser considerada segura pelas aves, então tenha paciência!
Mãos à obra, e boa sorte!
Ave em destaque: Fim-fim, frequente em comedouros de frutas, também se alimentando de insetos. Tem 10cm de tamanho, e normalmente circula pela parte alta das árvores de bosque. Pode ser encontrado em todo o Brasil.
Não perca na próxima edição:
Como realizar um comedouro para aves
Observação: No vídeo – Pica-pau- de-cabeça-amarela, na entrada do ninho no Sesc Cacupé, Florianópolis
Colunista observação de aves : Gilberto Sander Müller é fotógrafo amador, observador de aves e morador de Porto Alegre, RS, Brasil.