Há uma relação importante entre menopausa e obesidade: as mudanças hormonais desse período favorecem o aumento de gordura corporal (principalmente na região abdominal).
A obesidade também pode influenciar e intensificar os sinais e sintomas do climatério, que é esse período que a mulher passa da vida reprodutiva para a fase de pós-menopausa (após a última menstruação).
Durante esse período nota-se mudanças no padrão do sono, no humor e na disposição física. Além disso, surgem as conhecidas “ondas de calor”, secura vaginal e da pele, diminuição da libido e o famoso aumento de peso. “A mulher que já não é regrada, vive acima do peso, vai ganhar peso com mais facilidade nesta fase”, diz a médica endocrinologista Adriana Striebel, presidente da SBEM-SC, a representação em Santa Catarina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
De acordo com uma pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mulheres obesas são as que mais sofrem com os efeitos da menopausa. Para chegar a esse resultado, o estudo, realizado pelo pesquisador e ginecologista Sylvio Saccomani, contou com a participação de 749 mulheres de 45 a 60 anos.
A análise, que também foi publicada na revista norte-americana Menopause, comprovou que a obesidade neste estágio faz com que o tecido adiposo funcione como um isolante térmico já que o hormônio estrogênio, responsável por evitar essas manifestações, para de ser produzido, impedindo que o calor se espalhe. O efeito provoca ondas de calor mais severas, impactando diretamente na qualidade de vida das mulheres.
A menopausa e obesidade pioram os eventos cardiovasculares (infarto e derrame), cânceres, trombose e problemas ortopédicos. A vigilância nos hábitos alimentares faz com que não haja muito ganho de peso nessa fase da vida. A terapia de reposição hormonal (TRH) é prescrita de forma individual, pois cada mulher deve ser avaliada para definir entre os riscos e benefícios do uso de hormônios exógenos. Segundo o médico endocrinologista Fulvio Tomaselli, a TRH não previne ganho de peso e nem aumenta o metabolismo energético e, portanto, não emagrece e também não engorda.
A mudança de hábitos é fundamental. É necessário aumentar o gasto energético através de atividades físicas programadas (aulas) ou espontâneas (caminhadas, bicicleta) e reavaliando os hábitos alimentares para reduzir as calorias diárias.
Fonte: Dra. Adriana Striebel, presidente da SBEM-SC, a representação em Santa Catarina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia