Um Airbus A319 da Latam, vindo de Guarulhos/SP, saiu da pista ao pousar no Aeroporto Serafim Enoss Bertaso, em Chapecó/SC, na noite desta segunda-feira, 31 de março. O incidente ocorreu por volta das 19h30, em meio a uma forte chuva que atingia a região, reduzindo a visibilidade e dificultando as condições de pouso. A aeronave, identificada pela matrícula PR-MYM, ultrapassou o limite da pista principal e parou no gramado ao lado, dentro da área de segurança do aeroporto. Apesar do susto, todos os passageiros e tripulantes desembarcaram em segurança, sem registro de feridos. A Latam confirmou o ocorrido e informou que está apurando as causas, oferecendo assistência aos clientes afetados. Equipes de emergência foram acionadas rapidamente para atender a situação, e o aeroporto foi temporariamente fechado para avaliar os impactos na operação.
O voo LA3276 decolou do Aeroporto Internacional de Guarulhos às 17h57 e tinha previsão de chegada em Chapecó às 20h06, mas as condições climáticas adversas alteraram o desfecho da viagem. A chuva intensa, acompanhada de ventos de até 65 km/h, conforme dados meteorológicos da hora do pouso, é apontada como fator determinante para o deslizamento da aeronave. A pista do aeroporto, com 2.060 metros de comprimento, possui uma área de escape que evitou danos maiores, permitindo que o avião parasse sem atingir obstáculos. Passageiros relataram momentos de tensão durante o pouso, mas a evacuação ocorreu de forma organizada e tranquila.
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) foi notificada e deve enviar representantes para investigar o incidente nos próximos dias. Enquanto isso, a retirada do Airbus A319 aconteceu na manhã desta terça-feira, 1º de abril, com o objetivo de liberar a pista e normalizar as operações no terminal, que movimentou 617 mil passageiros em 2024. A Latam destacou que segue protocolos rigorosos de segurança e que o caso está sendo analisado para evitar repetições.
Condições climáticas adversas
As condições meteorológicas em Chapecó na noite de segunda-feira foram decisivas para o incidente. Dados da estação local indicam que, às 19h, a temperatura era de 20°C, com chuva moderada a forte e rajadas de vento de 65 km/h vindo da direção leste. A visibilidade estava limitada a 9 mil metros, e a presença de trovoadas agravava o cenário. Essas condições desafiaram o piloto do voo LA3276, que tentou pousar em uma pista molhada, fator que pode reduzir a aderência dos pneus da aeronave ao solo.
O Aeroporto Serafim Enoss Bertaso opera com uma pista de asfalto de 2.060 metros de comprimento por 45 metros de largura, considerada adequada para aeronaves como o Airbus A319, que tem capacidade para até 140 passageiros. No entanto, chuvas intensas como a registrada aumentam o risco de aquaplanagem, quando a água acumulada impede o contato eficiente entre os pneus e a superfície, dificultando a frenagem.
Resposta imediata ao incidente
Após o deslizamento, equipes de emergência do aeroporto, incluindo bombeiros e pessoal de solo, foram mobilizadas em poucos minutos. A evacuação dos passageiros e tripulantes começou às 19h45, com escadas móveis posicionadas ao lado da aeronave parada no gramado. Todos foram retirados sem complicações e encaminhados ao terminal, onde receberam assistência da Latam, como água e informações sobre os próximos passos. A companhia aérea destacou que os protocolos de segurança foram seguidos à risca, garantindo que ninguém se ferisse.
O fechamento temporário do aeroporto foi decidido logo após o incidente, às 20h, para permitir uma inspeção detalhada da pista e da aeronave. A previsão é de que as operações sejam retomadas após a remoção do Airbus A319, marcada para a manhã seguinte, dependendo das condições climáticas e da liberação pelas autoridades aeronáuticas.
Perfil do Airbus A319
O Airbus A319 envolvido no incidente, de matrícula PR-MYM, é uma aeronave de corredor único projetada para voos de curto e médio alcance. Com 23,8 metros de comprimento e capacidade para até 140 passageiros, o modelo é amplamente usado pela Latam em rotas domésticas. Equipado com dois motores CFM56-5B, ele tem um alcance de 6.900 km e é conhecido por sua confiabilidade, mas exige precisão em pousos sob condições adversas, como chuva intensa.
A Latam opera 44 unidades desse modelo no Brasil, que respondem por uma fatia significativa de seus voos regionais. O PR-MYM, em específico, estava em serviço regular entre Guarulhos e Chapecó, uma rota com duração média de 2 horas e 9 minutos. Após o incidente, a aeronave passará por uma inspeção completa antes de voltar a operar.
Impacto nas operações do aeroporto
O fechamento do Aeroporto Serafim Enoss Bertaso afetou voos programados para a noite de segunda-feira. Pelo menos três partidas e duas chegadas foram canceladas ou redirecionadas para outros terminais, como Florianópolis e Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Passageiros foram realocados em hotéis ou receberam reembolso, conforme política da Latam, que priorizou a assistência aos afetados.
A remoção do Airbus está prevista para hoje de terça-feira, com o uso de guindastes e tratores especializados. A operação depende da melhora do tempo e da autorização da ANAC, que investigará o incidente junto ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Até lá, o terminal permanece fora de serviço, impactando a conectividade do Oeste catarinense.
A Latam agiu rapidamente após o incidente, emitindo uma nota oficial às 20h30. A companhia confirmou que o voo LA3276 ultrapassou a pista, mas parou em segurança no gramado, e reiterou que todos os ocupantes estão bem. Equipes de assistência foram enviadas ao local para apoiar os passageiros, oferecendo transporte, alimentação e remarcação de voos sem custo adicional.
A ANAC e o Cenipa já iniciaram os procedimentos para apurar as causas. Especialistas devem analisar fatores como o estado da pista, a velocidade de pouso e o desempenho da aeronave sob chuva. A investigação pode levar semanas, mas um relatório preliminar é esperado em até 30 dias.
Segurança aérea em foco
O deslizamento do voo LA3276 reacende o debate sobre segurança em pousos sob chuva. O Airbus A319 é equipado com sistemas de frenagem avançados, mas pistas molhadas exigem técnica apurada dos pilotos. Em 2023, um incidente semelhante em Florianópolis, também com um avião da Latam, resultou no fechamento do aeroporto por horas, mas sem vítimas. Esses casos destacam a importância de melhorias em infraestrutura e treinamento.
A Latam, uma das maiores companhias aéreas do país, opera mais de 700 voos diários no Brasil. Incidentes como o de Chapecó são raros, mas reforçam a necessidade de protocolos rigorosos em condições adversas. O Cenipa deve avaliar se o pouso poderia ter sido adiado ou redirecionado para evitar o deslizamento.
Com informações do Mix Vale
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