Novo estudo da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) avaliou 19 rodovias estaduais que cortam as regiões Oeste e Contestado e revela que a situação de boa parte dos trechos é de deterioração acelerada. O trabalho foi apresentado em Chapecó, na sexta-feira (12), em reunião com lideranças industriais e políticas da região.
"A FIESC tem um respeito muito grande pelo Oeste. É uma região que representa cerca de 18% da produção de riquezas do estado e tem uma indústria agroalimentar que é referência para o País, mas que corre sérios riscos pelas condições de infraestrutura", afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, lembrando que boa parte dos insumos que abastecem o setor, como o milho, por exemplo, vem do Centro-Oeste do País.
Aguiar também salientou que o Plano Logístico do governo federal não inclui entre as prioridades a logística do Oeste de Santa Catarina. "Não há nenhum projeto de ferrovia no médio e longo prazo que contempla a região. Temos que preservar essa indústria e dar as condições para que ela permaneça aqui e cresça. Historicamente a região não tem recebido a devida atenção. Investir em Santa Catarina, além de ser uma questão de justiça, é uma questão de inteligência porque o estado dá resposta ao País. Então, compete a nós, sociedade organizada, trabalharmos juntos no sentido de viabilizar esse estado para mantermos os investimentos aqui e atrair novos", disse.
No Oeste foram avaliadas 10 rodovias. Entre elas, a SC-283 no trecho que vai da BR-153 em Concórdia passando por Seara, Chapecó, São Carlos, Palmitos, Caibi e Mondaí. Na SC-283, com exceção dos segmentos que vão de Chapecó, Planalto Alegre, Águas de Chapecó até São Carlos, que se encontram em bom estado de manutenção e conservação, os demais trechos estão bem danificados. A SC-305, entre Campo Erê e São Lourenço do Oeste, e a SC-161, entre Palma Sola e Anchieta, também apresentam deterioração do pavimento por falta de manutenção contínua. Na SC-154, no subtrecho Passos Maia a Ponte Serrada, o pavimento está apresentando um processo gradual de desagregação. O levantamento mostra também que a SC-155 tem diversos subtrechos bastante danificados. Entre eles destacam-se Itá, Seara, Xavantina, Xanxerê, Bom Jesus e Abelardo Luz.
O vice-presidente regional da FIESC, Waldemar Antônio Schmitz, destacou as condições precárias das rodovias da região e lembrou que o Fórum de Competitividade e Desenvolvimento pode unir a região e ser um balizador das próximas ações. "Podemos fazer um trabalho bem forte por meio do Fórum, juntamente com a bancada do Oeste, criada recentemente, para discutir as obras prioritárias. Nossa região já está longe de tudo e de todos", afirmou ressaltando a importância de o Oeste ter uma infraestrutura adequada.
O estudo, realizado pelo engenheiro Ricardo Saporiti, mostra que a falta de um programa de conservação e manutenção contínua das rodovias resulta em desgaste da malha, condição que exige elevados investimentos para restauração. Há anos a FIESC acompanha a situação das estradas catarinenses e alerta para a urgência de investimentos. As análises estimam que são necessários R$ 150 milhões por ano para manter os quase 5 mil quilômetros de rodovias pavimentadas e os 1,2 mil quilômetros não pavimentados que integram a malha estadual.
No caso das rodovias do Contestado, o pavimento da SC-355 no segmento entre Catanduvas e Jaborá está bastante degradado. Esta também é a situação da SC-390, no trecho de Machadinho a Piratuba. A SC-135, no subtrecho de Porto União a Matos Costa, está em péssimo o estado de conservação e manutenção. Os subtrechos Matos Costa, Calmon e Caçador apresentam trincamentos e desagregações do pavimento em vários segmentos. Em diversos trechos, a SC-350 apresenta trilhas de roda, trincamento e desagregação do pavimento, especialmente no subtrecho da BR-153 (Herciliópolis) à Taquara Verde. A SC-350 é uma rodovia importante, pois faz a interligação das BRs-116 e 153/SC. Também na região do Contestado, o estudo registra a situação crítica em que se encontra a rodovia SC-477, no segmento que dá acesso de Major Vieira e Canoinhas à BR-116/SC em Papanduva.
Aeroporto: Ainda em Chapecó, a FIESC entregou a lideranças locais uma análise que propõe medidas de curto prazo e baixo custo que podem proporcionar significativos ganhos operacionais para o aeroporto regional de Chapecó. Atualmente, o aeroporto apresenta restrições físicas e operacionais para atender a movimentação, que é crescente. O trabalho mostra que ele é estratégico. Por isso, deve ser objeto de mobilização das lideranças políticas e empresarias no sentido de viabilizar uma infraestrutura aeroportuária em linha com a significativa contribuição socioeconômica do oeste catarinense para o desenvolvimento do País.
O aeroporto foi inaugurado em 1978 e tem capacidade anual para movimentar 150 mil passageiros, mas movimentou 479 mil no ano passado. Nos últimos 15 anos, movimentou aproximadamente quatro milhões de passageiros e cresceu anualmente 261,3 mil passageiros. Diariamente, o aeroporto opera voos diretos para Florianópolis, Porto Alegre, Brasília, Campinas e Guarulhos.
Fonte: FIESC