O Chamado dos Oceanos, um projeto que transcende a esfera legislativa
Bom Dia SC – Preliminarmente, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, sob a presidência do Dep. Marquinhos, vem se destacando por uma série de ações de vanguarda no enfrentamento das questões ambientais do estado. Dentre essas ações, desponta luminosa iniciativa intitulada O Chamado dos Oceanos, um projeto que transcende a esfera legislativa e convoca toda a sociedade catarinense a olhar para o mar com a responsabilidade que o momento exige.
De outro vértice, Santa Catarina, com sua extensa e bela faixa litorânea, é um estado profundamente ligado ao oceano. Do ponto de vista ambiental, econômico, social e cultural, o mar é parte intrínseca da identidade catarinense. No entanto, essa riqueza natural, que por séculos sustentou comunidades, alimentou famílias e encantou turista, encontra-se ameaçada por diversos fatores: a poluição crescente, o descarte irregular de resíduos, o avanço desordenado da urbanização costeira, a perda da biodiversidade marinha e os impactos das modificações climáticas.
Chamado dos Oceanos
Destarte, o Chamado dos Oceanos configura-se, antes de tudo, eloqüente brado de alerta. No entanto, também se configura em proposta concreta de mudança. Urge esforço coletivo e diálogo com especialistas, ambientalistas, pescadores, estudantes, representantes de ONGs e universidades, busca construir uma ampla frente de mobilização em prol da saúde dos mares. Trata-se de esforço plural e democrático, que reconhece que a proteção do oceano é uma tarefa coletiva e intergeracional.
Entre os precípuos eixos avultam a educação ambiental, a regulamentação e fiscalização mais eficaz das atividades costeiras, o incentivo à pesquisa científica sobre os ecossistemas marinhos e o fortalecimento das políticas públicas voltadas à economia do mar. Especial atenção é dada à redução dos plásticos de uso único, que têm se tornados verdadeiros vilões dos oceanos, impactando diretamente a fauna marinha e, consequentemente, a higidez humana.
Outrossim, destaca-se a preocupação com a valorização do conhecimento tradicional das comunidades pesqueiras artesanais, que há gerações vivem em harmonia com o mar. Ouvi-las, protegê-las e integrá-las às decisões é um passo essencial para uma gestão costeira sustentável. É por meio desse diálogo entre saberes — o científico, o legislativo e o popular — que O Chamado dos Oceanos amealha força e legitimidade.
Não se trata de uma campanha pontual, mas de um compromisso de longo prazo. O oceano não é apenas um cenário para contemplação ou uma fonte de recursos; ele é parte fundamental do equilíbrio climático do planeta, regula a temperatura global, gera oxigênio, abriga uma biodiversidade impressionante e influencia diretamente a vida de todos, inclusive quem vive longe do litoral.
Outrossim, o projeto se alinha com compromissos globais, como o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 da Agenda 2030 da ONU, que propõe conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos.
Por conseguinte, o Chamado dos Oceanos se constitui expressão da maturidade política e ambiental que a sociedade catarinense vem construindo. É um convite à ação e à responsabilidade. É um gesto de amor e respeito ao mar — esse velho e generoso confrade de jornada — que clama, presentemente, por socorro.
Em epítome, prover a esse chamado importa garantir que as futuras gerações ainda possam se encantar com a imensidão azul, mergulhar em águas limpas, alimentar-se com segurança e viver em um planeta mais justo, equilibrado e sustentável.
Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos
Jornalista (MT/SC 4155)
