Segundo a ONU, 1 bilhão de cidadãos doam seu tempo – e esse contingente está mais requisitado agora!
Neste momento de uma crise sanitária sem precedentes, em que os países enfrentam desafios no combate à pandemia do novo coronavírus, além dos heroicos profissionais da área de saúde, outro grupo se destaca: o das organizações da sociedade civil. Elas têm capitaneado o apoio de variadas frentes em favor dos mais vulneráveis, parte da população que sofre com o perigo da doença, mas também com a ameaça da fome.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), os voluntários são frequentemente os primeiros a agir nessas ocasiões. Ainda segundo esse organismo internacional, todos os dias, cerca de um bilhão de cidadãos pelo mundo doam seu tempo e habilidades pelo semelhante, construindo, assim, uma sociedade mais justa e fraterna.
E foi com o apoio dos voluntários, que a Legião da Boa Vontade conseguiu entregar nessa pandemia, mais de 1 milhão de quilos de doações para cerca de 173 cidades em todas as regiões brasileiras, por meio da campanha SOS Calamidades. O resultado de conectar indivíduos por esses laços de Amor ao próximo e a transformação promovida pela iniciativa, não só na vida dos atendidos, mas também na daqueles que colaboram na atividade. O voluntariado é uma via de mão dupla, na qual todos ganham.
Para a assistente social Andrea da Hora Paulo, que atua na profissão em uma das localidades mais carentes do Rio de Janeiro/RJ, a comunidade da Vila Vintém, e que há um ano se juntou voluntariamente ao trabalho solidário da LBV, os fatos atuais possuem raízes antigas e também acarretarão desdobramentos relevantes para toda a humanidade. “O coronavírus trouxe uma luz sobre a questão da invisibilidade da pobreza e do subemprego. A pandemia só mostrou o que já existia no Brasil e no mundo”, afirmou ela.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 43% dos domicílios brasileiros receberam, em junho, algum tipo de benefício do governo relacionado à pandemia.
Segundo ela, “as famílias tiveram de se reajustar à nova ordem econômica mundial, e o trabalho em comunidade e o pensar no outro foram mais valorizados”. Andrea, que se aproximou da Instituição pelo programa Rede Sociedade Solidária, ressalta os aprendizados desde então: “É muito prazeroso doar energia e tempo. Ser voluntária na LBV, para mim, é desenvolver meus talentos, trocar experiências, ter contato humano, conviver e conhecer pessoas diferentes, ser útil e fazer amigos. Você cresce com a LBV, vê na prática o trabalho, a melhora de seu conhecimento. Isso é gratificante”.
A outra boa notícia para ela e para todos nós é que a Solidariedade aumentou exponencialmente, e, com esse compromisso, será possível ajudar a reduzir a imensa desigualdade no país e investir em projetos de sustentabilidade socioambiental. “Um grande legado é desenvolver políticas públicas na pós-crise. Temos de repensar [formas de melhorar] a qualidade de vida [das pessoas], diminuir a quantidade de emissão de gases e o efeito estufa e empoderar novos tipos de vida e de consumo”, disse a assistente social.
Por Leila Marco