Viver uma vida tranquila, sem agitações de mudanças ou o enfrentamento de desafios, é o que muitas pessoas buscam para conseguir se desenvolver de maneira segura. A grande questão é que, nem sempre estar na “zona de conforto” significa estar tranquilo.
Na verdade, na maior parte das vezes, não é mesmo. Quando estamos dispostos a enfrentar os desconfortos da mudança, somos compelidos a remexer em nossas “bagunças”, em nossos apegos e em nossas fraquezas.
Mas, como trabalhar nossos vínculos e nossas relações com o outro e com a vida em si, saindo da “zona de conforto” e arriscando novos sentidos para nossa caminhada?
A primeira coisa é refletir: você é feliz? está satisfeito em seu relacionamento, em seu trabalho ou em outros aspectos de sua vida?
Analisar se você fica onde está hoje, porque é bom ou porque não está disposto a pagar o preço de olhar e revisitar antigos padrões que, provavelmente, o limitam no crescimento e no autoconhecimento.
Quando entendemos que vivemos em uma “zona de conforto”, fica fácil perceber que ela é, nada mais, nada menos que uma verdadeira máscara para nossos medos.
A “zona de conforto” é a verdadeira “zona de desconforto” quando podemos perceber as limitações comportamentais e emocionais que ela nos impõe.
Os benefícios de descobrir essa dinâmica e colocar em prática a busca por novos caminhos, novos modelos que poderão levar a resultados diferentes, seja na vida pessoal, relações interpessoais, vida acadêmica, corporativa, ou em qualquer outro campo da vida, são inúmeros.
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Exemplos:
· Estimula o autoconhecimento;
· Auxilia no enfrentamento de indecisões, inseguranças e/ou infelicidades;
· Ajuda a sair de situações incômodas;
· Promove o combate aos apegos;
·Cria e fortalece relações saudáveis; provoca o entendimento do equilíbrio mente, corpo e espírito
·Ajuda na construção da maturidade e inteligência emocional.
Portanto, descartar apegos do passado que, muitas vezes são desenvolvidos na infância e podem afetar, consideravelmente, nossos relacionamentos e interações comportamentais na vida adulta, é a principal mola de partida para fugir da “zona de conforto”.
Esse novo jeito de pensar e de se enxergar, pode promover a ruptura e, aos poucos, colocar luz no que o indivíduo pensar ser, para renascer quem ele tem potencial para ser.
Fugir disso é se entregar às máscaras que impedem o crescimento pessoal e o fortalecimento da inteligência emocional que auxilia no gerenciamento de emoções e no bem estar físico e mental de cada um.
Psicologicamente falando, podemos afirmar que: a vida adulta é bem menos adulta do que parece.
Ela é pilotada por restos e rastros da infância, cheia de apegos e crenças limitantes que ficam enraizadas. Tornar maduro, portanto, é encarar os desafios para aprender a pilotar a vida a partir do presente, longe de uma “zona de conforto” que engana e revive apegos e recompensas que nos moldaram na infância.
Enfim, precisamos sair de nossa visão limitada de nós mesmos e da vida, para conseguir enxergar a dimensão de nosso próprio tamanho e de nossa capacidade.
Arriscar e se permitir mudar é a grande oportunidade que temos de descobrir nosso tamanho real, para retornar com outro vigor e mais renovado para enfrentar as curvas da estrada da vida.
Ou seja, existem muitas outras perspectivas fora da “zona de conforto”, basta estarmos dispostos a ver e provocar mudanças internas.
Fonte: Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista