Vitor Skif Brito, coordenador do curso de gastronomia do Ceunsp, conta a história e curiosidades dessa paixão nacional
Dia 31 de agosto é considerado o Dia do Bacon, alimento que conquistou o paladar de muitas pessoas ao redor do mundo. Originado do processo de cura e defumação da carne de porco, se tornou uma estrela em diversas culturas e cozinhas. Sua popularidade pode ser atribuída ao sabor único e irresistível que acrescenta a uma variedade de pratos, desde o café da manhã até receitas mais elaboradas.
O professor e coordenador de Gastronomia do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), instituição pertencente a Cruzeiro do Sul Educacional, Vitor Skif Brito, explica como essa iguaria surgiu. “Os romanos eram conhecidos por curar a carne de porco com sal e fumaça, enquanto os chineses também tinham métodos semelhantes de preservação da carne suína. Durante a Idade Média na Europa, o bacon se tornou uma parte importante da dieta, pois era uma maneira essencial de preservar carne, antes do advento da refrigeração, já que a cura com sal e a defumação ajudavam a evitar a deterioração. A carne de porco era uma fonte acessível de alimento, especialmente em áreas rurais, onde a criação de porcos era comum”.
O bacon se tornou um ingrediente versátil na culinária. No café da manhã, é frequentemente servido ao lado de ovos, torradas e panquecas, trazendo uma explosão de sabor e uma combinação de texturas que agrada a muitos paladares. Seu aroma inconfundível enquanto é cozido na frigideira é capaz de despertar os sentidos e fazer com que a fome apareça imediatamente. “Já parou para pensar por que o bacon é um alimento tão saboroso e versátil? A ciência explica! Ele possui uma rica concentração de umami, o que contribui para seu perfil de sabor distintamente delicioso e satisfatório. Umami é considerado o quinto sabor básico, além do doce, salgado, azedo e amargo”, destaca o professor.
Palavra de origem japonesa, que significa “gosto saboroso e agradável”. O umami é geralmente associado a aminoácidos como o ácido glutâmico, que está presente naturalmente em muitos alimentos, incluindo carnes curadas, queijos envelhecidos, cogumelos, tomate e alimentos fermentados. Quando o bacon é cozido, seus sabores e aromas se intensificam, e a combinação de gordura, sal e ácido glutâmico resulta em uma explosão de sabor umami. É por isso que o bacon é frequentemente usado para realçar o sabor de outros pratos, mesmo em quantidades pequenas.
Além do seu papel na gastronomia, o bacon também se tornou um ícone cultural, inspirando memes, produtos relacionados e até festivais dedicados a ele. Sua popularidade continua crescendo, com chefs e cozinheiros criativos explorando novas maneiras de incorporá-lo em pratos inovadores. “Uma curiosidade é que na Idade Média (Europa), o bacon ostentava o mesmo valor do dinheiro. Nobres aristocratas doavam a sua parcela de bacon às suas paróquias, a fim de obterem, dos bispados, a purificação das indulgências plenárias”, conta o professor e coordenador de Gastronomia do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), instituição pertencente a Cruzeiro do Sul Educacional, Vitor Skif Brito.
Apesar do sabor incrível, o bacon é um alimento bastante calórico e rico em gordura saturada. Portanto, deve ser consumido de forma equilibrada e consciente. “Ao longo dos anos, variações de bacon surgiram, como o “bacon de peru” (feita a partir da carne de peru) e o “bacon vegetal” (feito de produtos à base de plantas), versões que se assemelham no sabor e textura, mas com redução de gordura e sódio, principais ingredientes utilizados na versão tradicional”, destaca Vitor Skif Brito.
Fonte: Portal de Notícias