O período é marcado pelo jejum, orações e práticas de caridade
Em 2025, o Ramadan, mês sagrado da religião islâmica, iniciou na noite de sexta-feira, 28 de fevereiro, e se encerra na noite de domingo, 30 de março. Este período, que corresponde ao nono mês do calendário islâmico, é o mais sagrado para os muçulmanos em todo o mundo, marcando um tempo de jejum, oração, reflexão e práticas de caridade.
“De acordo com a tradição islâmica, foi durante o mês do Ramadan que os primeiros versos do Alcorão, o livro sagrado do Islam, foram revelados ao profeta Muhammad (paz de Deus esteja com ele) pelo anjo Gabriel, marcando o início da sua missão profética”, explica o Sheikh Ali Momade, da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS.
Durante o Ramadan, os muçulmanos saudáveis, que atingiram a puberdade, praticam o jejum abstendo-se de comida, bebida e relações sexuais do nascer ao pôr do sol. “O jejum é interrompido diariamente com o iftar, a refeição que, tradicionalmente, começa com o consumo de tâmaras e água”, detalha o Sheikh. “Essa prática segue o exemplo do profeta Muhammad (paz de Deus esteja com ele), que costumava quebrar o jejum desta forma. As contêm açúcar, gordura, proteínas, fibras e vitaminas (A, B1, B2, C) vitais para a recuperação rápida da energia do corpo”.
O significado do Ramadan vai além do jejum. De acordo com Ali Momade, é um tempo de maior conexão com Deus, purificação espiritual e fortalecimento dos laços comunitários. “É um período em que são enfatizados, também, valores como empatia, generosidade e gratidão. O jejum não é apenas uma abstinência física, mas também um exercício de disciplina emocional e espiritual, incentivando a paciência, o perdão e a solidariedade com aqueles que enfrentam dificuldades”.
Independentemente da crença religiosa, o Ramadan traz princípios que podem inspirar pessoas de todas as fés, segundo o religioso, que elenca os principais:
– Incentivo à autorreflexão e ao autocontrole, algo que pode ser aplicado à vida cotidiana, promovendo hábitos mais conscientes e saudáveis;
– Ênfase na caridade e na empatia, o que reforça a importância de ajudar o próximo e fortalecer laços de solidariedade em tempos desafiadores;
– Incentivo à reconexão mais profunda com o que realmente importa: a família, a espiritualidade e o bem-estar coletivo.
“Independentemente de tradição ou religião, este mês sagrado oferece uma oportunidade para que todos reflitam sobre suas próprias práticas e sobre como podem contribuir para um mundo mais solidário e harmonioso”, finaliza, o sheikh Ali Momade.
18/03, 17h: Muçulmanos farão quebra de jejum com pessoas em situação de rua
Pelo quinto ano consecutivo, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, FAMBRAS, fará no Complexo Boraceia/Centro de Acolhida Oficina, na Barra Funda, o Iftar Solidário, a quebra do jejum – uma das práticas realizadas pelos muçulmanos durante o Ramadan, o mês sagrado da religião islâmica.
A Federação terá como convidadas especiais 1300 pessoas em situação de rua. O Complexo Boracea congrega sete diferentes equipamentos públicos de acolhimento destinados ao atendimento de pessoas que vivem nas ruas.
“Com esta ação queremos mostrar a preocupação do Islam com as pessoas que passam fome ou vivem em estado de vulnerabilidade social”, explica o vice-presidente da FAMBRAS, Ali Zoghbi. “Há um dito do Profeta Muhammad que nos inspira: “Não crê de verdade aquele que dorme saciado sabendo que seu vizinho está com fome”. É por isto que, neste dia, nossa quebra do jejum será com elas”.
O Complexo Boraceia/Centro de Acolhida Oficina, fica na rua Norma Pierucini Gianotti, 77, na Barra Funda, na cidade de São Paulo.
Sobre a FAMBRAS
Fundada em 1979, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS é uma referência em se tratando do Islam no Brasil – uma religião que conta com 1,9 bilhão de fiéis no mundo de acordo com dados do Instituto Pew Research Center.
A FAMBRAS atua nos âmbitos religioso, social, cultural, econômico e diplomático por meio de projetos educacionais, culturais e assistenciais – tanto em benefício dos muçulmanos como de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Outra missão é combater o preconceito aos muçulmanos por meio da informação.
Fonte: Assessoria de Imprensa FAMBRAS

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