Em 2017, foram registradas quase 80 mil denúncias de violência infantil ao Disque 100, o principal meio para comunicar violações de direitos humanos no país. Destas, 51% são de violência psicológica, 36% de violência física e 13% de violência sexual. A maioria das denúncias envolve crianças entre 4 e 7 anos, e em 45% dos casos a violência ocorre na casa da própria vítima.
Santa Catarina não está diferente do cenário nacional. Segundo a Secretaria de Segurança e órgãos de proteção à criança, o estado é o quinto com mais casos de violência infantil. Para conscientizar e informar a população sobre a importância de denunciar situações violentas, o Ministério Público de Santa Catarina e o Fórum Catarinense pelo Fim da Violência e da Exploração Sexual Infantojuvenil lançam uma campanha interinstitucional.
Abordando o tema de forma sutil, sem mostrar atos de violência ou pessoas, as peças gráficas evidenciam a sensação de impotência e desespero que uma criança ou adolescente possa ter vivenciado com o uso de um elemento-chave: a – teresa – , uma corda confeccionada com lençóis.
Nas peças da campanha, a corda é feita de lençóis infantis. O impacto visual da imagem se completa com a mensagem, informando que todos os dias centenas de crianças e adolescentes são vítimas de violência em suas casas e que a denúncia é a melhor maneira de o público ajudar a combater essa realidade. Além de falar sobre a violência infantil, a campanha também incentiva o cidadão a denunciar.
"Uma eficiente forma de sensibilizar as pessoas é envolvê-las, inserindo o espectador no cenário abordado. O conceito criativo da campanha apresenta o quarto de uma criança, que com suas cores e brinquedos parece anunciar um ambiente seguro e alegre, mas o desfecho (fuga) demonstra, sutilmente, uma situação muito preocupante", aponta Carlos Rocha dos Santos, Coordenador de Comunicação Social do MPSC.
"É fundamental colocar essa pauta para a sociedade. Temos que estar atentos com relação à violência infantil, seja física, psicológica ou sexual, para garantir uma infância segura e protegida. A campanha busca dar visibilidade a esse tema, pois muitas vezes as pessoas sabem o que está ocorrendo, mas não denunciam aos órgãos competentes. Elas devem ser encorajadas a combater esses atos violentos, e para isso precisamos romper, de uma vez por todas, com o 'pacto de silêncio', sobretudo quando a violência é praticada dentro de casa", afirma o Coordenador do Centro de Apoio da Infância e Juventude, Promotor de Justiça João Luiz de Carvalho Botega.
COMO IDENTIFICAR
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC