O grau de intercooperação é um dos principais fatores existentes para traduzir com fidelidade o nível de desenvolvimento do cooperativismo
Há um crescente nível de especialização nas diferentes atividades profissionais e empresariais em volta da qual se organiza a dinâmica economia catarinense. Em boa parte dos setores operam empresas de natureza cooperativista, cumprindo múltiplos objetivos, como prestação de serviços, oferta de produtos duráveis e não-duráveis, criação de empregos, geração de renda, etc.
Há anos, as cooperativas permeiam os cenários social, cultural e econômico de Santa Catarina. Ao longo desse período, se tornaram empresas consolidadas, atuantes e vanguardistas. O cooperativismo catarinense passou a ser reconhecido pelo público e pelos organismos nacionais do setor como um dos melhores do Brasil.
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Alguns números de dezembro de 2022, do último relatório de atividades, revelam essa pujança: as 250 cooperativas registradas na OCESC reúnem 3,9 milhões de cooperados e movimentam R$ 82,8 bilhões por ano nas mais diversas atividades econômicas. Se considerarmos que cada cooperado (associado) representa uma família, constataremos que mais da metade da população do estado está ligada ao cooperativismo.
Fatores históricos ajudam a explicar este fenômeno. O primeiro deles é a vocação dos imigrantes para as diversas formas de associativismo, dos quais o cooperativismo é o mais expressivo e o que produz melhores resultados. Outro fator determinante é o modo de atuação em rede, aquilo que se convencionou chamar de intercooperação.
O sexto dos sete princípios do cooperativismo mundial preconiza a parceria, a ação conjunta, o relacionamento institucional, político e comercial entre as cooperativas. Esse princípio é necessário e estratégico na era da intensa especialização das atividades. As cooperativas procuram constituir múltiplas parcerias, de modo que cada uma se concentra em sua competência, e busca nas co-irmãs a complementariedade necessária para atingir os objetivos em comum.
O grau de intercooperação é um dos principais fatores existentes para traduzir com fidelidade o nível de desenvolvimento de um sistema cooperativista entre as sociedades que o constituem. A intercooperação estabelece um relacionamento horizontal das cooperativas singulares, mais profícuo que o relacionamento vertical que mantêm com as centrais, federações e confederações. Aqui se sobressai o sentido de rede, de verticalidade, de harmonia e integração da base operacional com as estruturas de fortalecimento e de planificação e defesa institucional do setor.
A OCESC estimula a cultura da integração, do cooperativismo como doutrina que pode e deve envolver todas as áreas da atividade humana, de forma a valorizar o trabalho, estimular a solidariedade, premiar a participação e recompensar o esforço individual focado no compromisso coletivo. Isso inclui educar os cooperados, encorajar os dirigentes sobre os benefícios da intercooperação e colocar em marcha ações que otimizem o uso das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais. Quanto mais intensa for a intercooperação, maiores serão as conquistas do sistema cooperativista e melhor cumpriremos a nossa a aspiração social.
Fonte: MB Comunicação