Documentário “Sem Chão”

Primeiramente, o documentário “Sem Chão” (“No Other Land”) logrou marco histórico ao conquistar o Oscar de Melhor Documentário na 97ª edição da premiação, efetivada em 2 de março de 2025. Dirigido pelo palestino Basel Adra e pelo israelense Yuval Abraham, em colaboração com Rachel Szor e Hamdan Ballal, o filme oferece visão efetiva e impactante sobre a ocupação na Cisjordânia, expondo a complexidade e a dor de décadas de conflito.

Outrossim, a narrativa do documentário consiste em projetar luz sobre nos esforços dos habitantes de cidades palestinas para resistir a planos israelenses de demolir suas aldeias na Cisjordânia, transformando a área em campo de treinamento militar. Por meio de imagens poderosas e testemunhos emocionantes, “Sem Chão” consegue condensar décadas de luta palestina em 1h30 de filme, esbanjando eloquência ao transmitir a resiliência e a determinação de uma nação em face de terríveis adversidades.

Destarte, a vitória de “Sem Chão” no Oscar de Melhor Documentário consiste em mais do que um reconhecimento cinematográfico; é uma mensagem clara de Hollywood sobre a importância de abordar questões sociais e políticas globais. No curso da cerimônia, os diretores utilizaram o proscênio para denunciar as operações castrenses em Gaza e na Cisjordânia, clamando pelo fim da limpeza étnica do povo palestino.

Por conseguinte, a recepção a ao documentário foi amplamente positiva, mormente pela relevância do conteúdo apresentado, bem como a habilidade da equipe em provocar reflexão e empatia.

Contudo, a produção de “Sem Chão” faz jus a aplausos não apenas pelo conteúdo, mas também pelo contexto em que se efetuei. Filmado em diferentes partes da Faixa de Gaza no curso do ocaso de 2023, o projeto foi idealizado pelo cineasta Rashid Masharawi, que fundou o Fundo Masharawi para Cinema e Cineastas em Gaza. Este fundo colimou apoiar jovens cineastas palestinos a expressarem suas histórias e realidades por meio do cinema, posto que em meio a condições adversas.

A vitória de “Sem Chão” representa avanço significativo na representação de narrativas do Oriente Médio no cinema. Ao trazer à tona histórias de resistência, sofrimento e esperança, o documentário não apenas informa, mas também humaniza e conecta espectadores de diferentes origens. Configura-se em testemunho do poder do cinema para modificação social e como meio de amplificar vozes que, muitas vezes, são silenciadas.

Em epítome, “Sem Chão” é mais do que um documentário premiado; é um chamado à ação, à empatia e à compreensão. Ao iluminar a luta do povo palestino, o filme convida todos à reflexão sobre questões de justiça, direitos humanos e a necessidade de justiça naquela região.

Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos
Jornalista (MT/SC 4155)