16/06/2025
Dia Mundial da Tartaruga Marinha (16/06)
Dia Mundial da Tartaruga Marinha (16/06)

Dia Mundial da Tartaruga Marinha (16/06)

Dia Mundial da Tartaruga Marinha: neste ano, 111 tartarugas já encalharam em praias de Florianópolis

Bom Dia SC – O Dia Mundial da Tartaruga Marinha, celebrado em 16 de junho, é uma oportunidade para refletir sobre os desafios que esses animais enfrentam. Em 2025, já foram registradas 111 tartarugas marinhas encalhadas em praias de Florianópolis/SC até a primeira quinzena de junho, segundo dados da Associação R3 Animal, que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na Ilha de Santa Catarina. 

Do total de registros, 91,9% foram de tartarugas mortas. Segundo Cristiane Kolesnikovas, médica veterinária e coordenadora do PMP-BS/R3 Animal, é esperado que a maioria seja encontrada na praia já sem vida. “Esses animais não costumam vir à areia fora do período reprodutivo. Quando isso acontece, geralmente já estão bastante debilitados e não resistem”, explica.

Nove tartarugas foram resgatadas com vida e encaminhadas ao Projeto Tamar, responsável pela reabilitação e soltura de tartarugas marinhas. Porém, a maioria veio a óbito durante o processo de reabilitação.

A esperança de uma soltura permanece com duas tartarugas que seguem em tratamento. Uma delas foi encontrada na faixa de areia da Praia do Moçambique, no dia 8 de junho. Três dias depois, outra foi resgatada na Praia do Pântano no Sul. Ambos os indivíduos são tartarugas-verdes (Chelonia mydas) juvenis. Essa é uma das espécies mais recorrentes no litoral catarinense, correspondendo a 81% das tartarugas registradas em 2025 em Florianópolis.

Apesar da causa do encalhe não ter sido determinada, os veterinários responsáveis identificaram sinais compatíveis com afogamento e suspeita de parasitismo no sistema digestivo. Em um dos casos foi detectada, por meio das fezes, a ingestão de resíduos sólidos (ixo).

Dia Mundial da Tartaruga Marinha (16/06)
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Ameaças: poluição e pesca não intencional

A poluição marinha, especialmente a presença de plásticos nos oceanos, é uma das principais ameaças às tartarugas marinhas. Isso se deve, em parte, à semelhança entre os resíduos plásticos e alguns dos alimentos desses animais, como as salpas, que são organismos transparentes e de consistência gelatinosa.

“A semelhança faz com que as tartarugas confundam plástico com alimento, resultando na ingestão desses resíduos, o que pode causar falsa sensação de saciedade, obstruções e outros problemas no sistema digestivo”, explica Cristiane Kolesnikovas, médica veterinária e coordenadora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) em Florianópolis.

Outra ameaça é a interação não intencional com petrechos de pesca. Mesmo que as tartarugas não sejam alvo da pescaria, elas podem interagir com objetos como redes e anzóis, e acabar com quadros de afogamento e lesões, que podem levar à morte.

Neste ano, uma tartaruga-verde foi encontrada morta na Praia do Morro das Pedras, no dia 27 de janeiro, pela equipe do PMP-BS/R3 Animal. A carcaça apresentava danos compatíveis com linha de pesca, que estava enroscada em seu pescoço. A necropsia, realizada no Centro de reabilitação da R3 Animal, indicou que o petrecho de pesca pode ter contribuído de forma significativa para a morte da tartaruga.

O caso reforça o alerta para a conservação das tartarugas marinhas: das cinco espécies que ocorrem na costa brasileira, todas estão ameaçadas de extinção em níveis variados, nas categorias “vulnerável”, “em perigo” ou “criticamente em perigo” segundo a Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, do Ministério do Meio Ambiente.

Dia Mundial da Tartaruga Marinha (16/06)
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O que fazer ao avistar uma tartaruga marinha na praia?

  • Não tente devolver o animal para o mar;
  • Não tente tocá-la ou alimentá-la;
  • Afaste animais domésticos;
  • Acione o resgate do PMP-BS: 0800 642 3341

A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. 

Fonte: Associação R3 Animal

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