Bom Dia SC – O Dia da Mídia, celebrado em 21 de junho, é uma data que convida à reflexão sobre a importância dos meios de comunicação na construção da sociedade contemporânea. Mais do que uma efeméride voltada à celebração das mídias tradicionais e digitais, esse dia propõe uma pausa para analisarmos criticamente o poder de influência que a mídia exerce sobre nossas vidas, hábitos, opiniões e comportamentos. Em um cenário onde a informação circula de forma instantânea, e a linha entre fato e opinião nem sempre está claramente demarcada, compreender o papel da mídia é essencial para o fortalecimento da democracia, da cidadania e da pluralidade de vozes.
Historicamente, os meios de comunicação têm desempenhado um papel central na mediação entre o público e os acontecimentos do mundo. Da imprensa escrita aos noticiários de rádio e televisão, passando pelos portais de internet e redes sociais, a mídia tem se adaptado aos avanços tecnológicos, ampliando seu alcance e moldando a forma como consumimos informação. Se antes o receptor era meramente passivo, hoje ele participa ativamente, compartilhando conteúdos, opinando, e até mesmo produzindo informação por meio das redes digitais. Essa transformação, no entanto, traz consigo responsabilidades ainda maiores, tanto para quem comunica quanto para quem consome.
Afigura-se inegável que vivemos uma era de hiperconectividade, em que o volume de dados e informações é tão grande que, muitas vezes, se torna difícil discernir o que é relevante do que é superficial ou mesmo falso. As chamadas “fake News”, à guisa de exemplo, evidenciam como a desinformação pode ser usada como ferramenta de manipulação, afetando desde eleições até campanhas de vacinação. Nesse contexto, o papel da mídia profissional, comprometida com a ética jornalística, torna-se ainda mais relevante. O jornalismo sério e bem apurado, baseado em checagem de fatos e pluralidade de fontes, é um dos principais pilares do combate à desinformação.
Entrementes, é preciso reconhecer que a mídia não é neutra. Ela é composta por agentes humanos, com interesses, visões de mundo e inserções socioculturais distintas. Portanto, questionar a construção narrativa de certas notícias, observar os enquadramentos e analisar quem são as vozes ouvidas — e quem são as silenciadas — é um exercício saudável e necessário. A crítica à mídia não deve ser confundida com ataques infundados à imprensa livre; ela deve, sim, ser pautada pelo desejo de aprimorar a qualidade da informação e ampliar os espaços de representatividade.
No Brasil, essa reflexão se faz ainda mais urgente diante do cenário de polarização política e dos desafios enfrentados pela comunicação pública e comunitária. Em muitas regiões, rádios comunitárias e veículos independentes são as únicas fontes de informação acessível à população, desempenhando um papel fundamental na promoção de direitos e na valorização da cultura local. Reconhecer e apoiar essas iniciativas é também parte essencial da luta por uma mídia mais democrática e inclusiva.

Dia da Mídia um convite à responsabilidade
O Dia da Mídia é, portanto, um convite à responsabilidade. Às empresas de comunicação, cabe o compromisso com a verdade, a diversidade de pontos de vista e a prestação de um serviço que respeite os direitos humanos e a dignidade das pessoas. Aos profissionais da área, o desafio constante de exercer seu ofício com ética, empatia e técnica apurada. À sociedade em geral, a tarefa de consumir informação com discernimento, valorizando fontes confiáveis e repudiando a desinformação. E ao Estado, a obrigação de garantir a liberdade de imprensa, proteger jornalistas e promover políticas públicas que ampliem o acesso à comunicação de qualidade.
Em epítome, celebrar o Dia da Mídia é reconhecer que a comunicação é uma ferramenta poderosa — capaz de construir pontes, mas também de erguer muros. É entender que cada notícia compartilhada, cada “post”, cada imagem veiculada tem o potencial de impactar vidas, moldar consciências e transformar realidades.
Por final, faze mister lembrar de que uma sociedade bem informada é uma sociedade mais justa, crítica e democrática.
Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos
Jornalista (MT/SC 4155)
