Aconteceu na noite desta terça-feira, 19, a Noite de Abertura do 39º Festival de Dança de Joinville. No palco do Centreventos Cau Hansen, o Balé Teatro Guaíra, com uma releitura contemporânea do clássico Lago dos Cisnes.
A plateia lotou o espaço para assistir à apresentação da Noite de Abertura e se fez presente com aplausos e gritos de comemoração pela abertura do maior festival de dança do mundo.
O presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz, falou em seu discurso sobre a alegria de poder realizar o evento com sua capacidade máxima, já que o em 2021 o festival foi realizado com restrições.
Ely destacou que, além da realização do tradicional festival, foi possível ampliar ainda mais o evento. Como exemplo, citou a competição com dançarinos de mais de 40 anos, uma novidade desta edição.
O prefeito de Joinville, Adriano Silva, também foi convidado a subir ao palco para falar. Assim como Ely, falou sobre o retorno do festival com todo seu potencial. “Que alegria imensa ver o Centreventos novamente cheio. Isso nos enche de alegria”, disse.
Além disso, o prefeito também destacou sua fala para lembrar do acidente que ocorreu durante a edição do ano passado, que envolveu o ônibus de uma equipe de bailarinos. Na noite do ocorrido, Adriano atuava como voluntário e participou do resgate. Uma das dançarinas sofreu ferimentos graves e precisou amputar um dos dedos.
Nesta noite, Adriano destacou a presença de Maria Eduarda Meireles, a Duda, de 15 anos, em mais uma edição do festival. Ela deve se apresentar nos próximos dias. Por fim, o prefeito elogiou o trabalho de perseverança dos bailarinos que se dedicam na arte da dança.
Releitura da coreografia do Lago dos Cisnes
Luiz Fernando Bongiovanni, diretor e coreografo do Balé Teatro Guaíra, de Curitiba (PR), afirma que a versão apresentada neste festival é uma releitura contemporânea e não clássica, do famoso Lago dos Cisnes, que conta a história de uma mulher aprisionada no corpo da ave branca por um encantamento e, para livrar-se dele, precisa que um homem jovem declare seu amor a ela.
Mas, diferente do original, em que o personagem do príncipe é incitado pela mãe a escolher uma esposa, o Balé Teatro Guaíra resolveu modificar um pouco a história através dos passos. “A gente adiciona uma versão em que ele é manipulado por essa mãe e o modo como ele conhece a si mesmo, que é através do amor. Quando ele vai caçar e encontra um cisne, encontra forças para ser quem ele é”, explica o diretor.
“Um assunto muito interessante que tem no lago dos cisnes é o amadurecimento, como ele [o príncipe] passa a ser dono do próprio nariz”, conta Luiz.
Experiente em peças de tragédia, Luiz conta que o drama ocorre quando as pessoas não têm a coragem para fazer o que a gente deveria ser feito. No caso da peça O Lago dos Cisnes, o príncipe adolescente não encontra o apoio necessário para se encontrar no mundo. Pai de dois adolescentes, Luiz conta que criou a coreografia pensando também nos filhos. “E eu gosto de pensar que tem essa mensagem para cuidarmos dos nossos jovens”, diz.
O diretor afirma se sentir feliz com o resultado do trabalho planejado, a coreografia, mudanças de cenários, já que a peça é dividida em quatro atos que se passam em locais diferentes. “Tem uma estrutura muito clara. Dois atos que são um palácio e outros dois em lagos. Esses dois ambientes são muito diferentes. Em um a gente tem uma brincadeira com a perspectiva, com uma série de portas para um ponto de fuga. Não é realista”, explica o diretor.
Segundo o coreógrafo, trabalhar com toda a equipe e participar do processo, foi algo incrível e acredita que o público tenha se sentido da mesma forma. “Comove, te chacoalha de alguma forma. A gente tem a chance de repensar o mundo e arte. Quando é uma tragédia, [a peça] pega a gente de outro lugar.”
39º Festival de Dança
O Festival de Dança de Joinville acontece até sábado, 30, com a Mostra Competitiva, Feira da Sapatilha, Noite de Gala, Meia Ponta, palcos abertos e outras atividades.
Fonte: O Município Joinville
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