Bom Dia SC – Com protagonismo no agronegócio catarinense, Campos Novos sediou nesta quarta-feira (11) mais um painel do Projeto Campo Futuro 2025. O encontro reuniu produtores rurais, especialistas e lideranças do setor para discutir um tema importante da atual safra: os custos de produção de grãos. Em meio a um cenário de produtividade elevada, margens de lucro apertadas, o painel trouxe dados técnicos, análises econômicas e reflexões estratégicas.
A ação ocorreu em formato híbrido (presencial e on-line) e reuniu produtores rurais, técnicos da CNA e do Sistema Faesc/Senar, dirigentes sindicais, representantes do Cepea e integrantes das cadeias produtivas ligadas aos grãos. Os painéis vêm sendo realizados em diversas regiões catarinenses desde maio e se estendem até o final de junho, consolidando um importante banco de informações sobre a realidade econômica das principais cadeias do agro.
“O Campo Futuro é essencial para fortalecer o produtor rural com conhecimento e informação de qualidade. Levantamentos precisos de custos de produção e dados técnicos confiáveis são ferramentas indispensáveis para o planejamento das safras, para a melhoria da gestão nas propriedades e para a tomada de decisões mais estratégicas. Estamos aqui, enquanto representantes do setor, para defender os interesses dos agricultores, garantindo que suas realidades sejam compreendidas, reconhecidas e levadas em consideração na formulação de políticas públicas e no diálogo com o mercado”, destacou o presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo.
O assessor técnico da CNA, Tiago dos Santos Pereira, informou que o levantamento realizado em Campos Novos indicou que a produtividade da soja alcançou 68 sacas por hectare, resultado favorecido por condições climáticas positivas, superando as 58,5 sacas obtidas na safra anterior. O milho também apresentou desempenho expressivo, com produtividade de 200 sacas por hectare, frente às 130 sacas registradas no ciclo passado. Já o trigo atingiu 62 sacas por hectare, embora tenha enfrentado perdas na qualidade dos grãos devido ao excesso de chuvas.

Segundo Pereira, “em termos de mercado, os preços da soja e do milho apresentaram quedas de 10% e 6%, respectivamente. No que se refere aos custos operacionais, o milho registrou aumento de 17%, com destaque para a elevação de 22% nos gastos com fertilizantes. O trigo também teve alta nos custos, com incremento de 15%, o que pressionou as margens de rentabilidade, mesmo diante do bom desempenho produtivo”.
O presidente do Sindicato Rural de Campos Novos, Luiz Sérgio Gris, ressaltou a importância do Projeto Campo Futuro como uma ferramenta estratégica para o setor agropecuário. Segundo ele, a iniciativa tem se consolidado, nos últimos anos, como uma aliada indispensável para os produtores, ao oferecer um panorama detalhado dos custos que mais impactam a rentabilidade no campo.
Campo Futuro
Lançado em 2007, o Projeto Campo Futuro tem como missão unir a capacitação técnica dos produtores à geração de informações econômicas confiáveis, fundamentais para decisões estratégicas no setor agropecuário. A edição 2025 contempla cadeias como grãos, silvicultura, fruticultura, pecuária de leite, aquicultura e hortaliças em 14 municípios catarinenses. Em nível nacional, os painéis do projeto abrangem 133 municípios em 21 estados, contando com o envolvimento ativo de sindicatos, federações, universidades, centros de pesquisa e especialistas.
Fonte: MB Comunicação
