Há mais de 50 anos a família da advogada e produtora rural Elimáry Martins atua com bovinocultura de corte. As atividades começaram com o pai dela, Túlio Rodrigues Martins, com incentivo de seus avós e pais. Elimáry conta que, mesmo morando em Florianópolis, ele administrou a Fazenda Espinilho, localizada em Urubici, com muita solidez. Desde 2014, a fazenda está sob administração de Elimáry. “Sendo a única filha mulher, não fui preparada para a sucessão e, mesmo com atuação profissional na área do direito e administração, foi um grande desafio assumir a fazenda como um negócio”, conta a empresária rural.
Elimáry se deparou com muitas dúvidas e iniciou de maneira cautelosa a produção de gado de cria com foco na produção de terneiros. Buscando o máximo de aproveitamento da boa genética dos animais herdados, incrementou a qualidade da produção com a utilização de reprodutores Devon P.O. e iniciou a utilização de inseminação artificial (IATF). Em relação à produção de ovinos a tradição na propriedade era a raça Sulfok. Entretanto, optou pela criação de ovinos Hampshire Down (HD), considerando a aptidão para produção de carne e precocidade, o que permitiu o início de uma cabanha, denominada Flor do Espinilho.
Para levar o trabalho adiante, Elimáry conta com uma equipe familiar que inclui os filhos Arthur Martins Reitz e Leonardo Martins Reitz e o marido Rodrigo Bainy Leal. “Procuramos atuar de forma cooperativa, com discussões conjuntas, divisão de tarefas e participação em atividades de aperfeiçoamento. Outro ponto importante é a busca de assistência técnica com profissionais veterinários e agrônomos atuantes na área e na região. Dentro de tudo isso, ocorreu um passo fundamental que foi a afiliação ao Sindicato Rural de Urubici, em 2018, e logo a seguir a participação no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), desenvolvido pelo Senar/SC, em parceria com o Sebrae”, relatou Elimáry.
A produtora rural foi uma das participantes do Encontro de Mulheres do Agro Catarinense do Planalto Serrano representando a região de Urubici. “Foi um marco e muita responsabilidade. Lideranças estavam reunidas, com histórias muito próximas, mostrando que o fazem com seriedade, carinho e com o propósito de inovar, produzir e unir as famílias. Assim conquistamos nosso espaço, nos tornamos fortes e leves na vontade de seguir em frente pensando no futuro das nossas gerações”, salienta Elimáry.
O Encontro de Mulheres do Agro Catarinense do Planalto Serrano ocorreu em Lages, recentemente. O evento foi uma iniciativa Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC) e reuniu mais de 40 pessoas na sede do Sindicato Rural, no Parque de Exposições Conta Dinheiro.
Participaram o presidente do Sistema Faesc/Senar José Zeferino Pedrozo, e a responsável pelo Departamento Sindical da FAESC, Andréia Barbieri Zanluchi que fez uma preleção sobre o Sistema CNA/FAESC/SENAR/Sindicato Rural. O evento também contou com palestra sobre “O empoderamento feminino no agronegócio familiar catarinense” com o advogado Renato Vieira de Ávila.
A coordenadora do Programa Mulheres do Agro Catarinense, Nayana Setubal Bittencourt, enfatizou que as mulheres estão assumindo cada vez mais um protagonismo marcante no agronegócio. “Com os encontros conversamos com elas sobre o que acontece no campo. Queremos ter essa visão a partir do olhar delas para, a partir disso, criar estratégias para auxiliar. Além disso, a intenção é estimular a participação e aproximar, cada vez mais, as mulheres do Sistema FAESC/SENAR e sindicatos de produtores rurais”, frisou.
Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lages, Marcio Cícero Neves Pamplona, é fundamental aumentar a participação das mulheres no Sistema FAESC/SENAR e sindicatos. “É importante elas participarem mais ativamente não apenas como produtoras rurais, mas como gestoras. Eventos como esse demonstram a importância das entidades para o desenvolvimento do agro, que fica mais fortalecido com a participação das mulheres”.
Pedrozo ressaltou que potencializar a atuação das mulheres no agronegócio é um dos grandes objetivos do Sistema FAESC/SENAR. “A presença e a participação da mulher no agronegócio têm impactos extremamente positivos, tanto no aumento da produção agrícola, quanto no fortalecimento dos sindicatos rurais por meio de uma gestão de qualidade e sustentável do agro catarinense”, observou.
O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, lembrou que a busca por capacitação em técnicas de produção rural e empreendedorismo aumenta a cada ano entre as mulheres. Em 2018, elas representaram 56,40% de participantes nos cursos ofertados pelo Sistema FAESC/SENAR. “As propriedades que contam com a figura feminina, principalmente na gestão, o desenvolvimento é evidente. Elas são organizadas, dinâmicas, criativas e têm uma visão empreendedora”.
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
