Santa Catarina quer apoiar o cultivo comercial de macroalgas para ampliar a renda dos maricultores/Foto:  Divulgação/SAR
Santa Catarina quer apoiar o cultivo comercial de macroalgas para ampliar a renda dos maricultores/Foto: Divulgação/SAR

Santa Catarina quer apoiar o cultivo comercial de macroalgas para ampliar a renda dos maricultores

O cultivo de macroalgas pode ser uma importante alternativa de renda para os maricultores de Santa Catarina. Maior produtor nacional de ostras e mexilhões, o estado quer incentivar a produção da macroalga Kappaphycus alvarezii, um produto altamente valorizado no mercado e que pode combinado com a maricultura. O projeto foi apresentado ao secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Valdir Colatto, nesta terça-feira, 10.

“A Secretaria da Agricultura quer que a macroalga seja mais uma alternativa de renda para o homem do mar. Temos um produto de fácil cultivo, com mercado promissor e altamente valorizado, que, além de contribuir para a preservação do meio ambiente, ainda é capaz de produzir fertilizantes biológicos. Vamos incentivar essas culturas alternativas para que os produtores tenham mais opções de renda em Santa Catarina”, afirma o secretário Valdir Colatto.

Santa Catarina já é um dos maiores produtores de macroalgas do Brasil, com uma produção de 100 toneladas. A intenção é ampliar para 350 toneladas até o final de 2023. A Kappaphycus alvarezii produz uma substância com propriedades gelificante, espessante, estabilizante e emulsificante, muito utilizada em diversas indústrias como farmacêutica, química, alimentícia e têxtil. Além disso, pode ser usada como fertilizantes nas culturas de milho, soja e cana de açúcar.

Segundo o sócio-proprietário da empresa Algas Brasil, Gabriel Ademir dos Santos, a demanda do setor é de mil toneladas de algas em 2023. “Hoje temos 25 produtores parceiros em Santa Catarina, com cultivos em Penha, Porto Belo, Governador Celso Ramos, Florianópolis, Palhoça e São Francisco do Sul. Grande parte da nossa produção atende ao agronegócio, 90% da produção está sendo utilizada como biofertilizante porque desenvolve muito bem a planta”, explica.

Outra grande vantagem da produção de macroalgas é o rápido crescimento da produção. “As mudas são plantadas com 30 gramas e, em 45 dias, já estão prontas para a colheita com 500 gramas. No verão, as algas crescem 7% do seu tamanho por dia”, destaca Gabriel Ademir dos Santos.

De acordo com estudos do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca da Epagri (Cedap), a produção de algas em sistema integrado de cultivo com moluscos (ostras, mexilhões e vieiras) pode atingir um peso úmido de 115,8 mil quilos de alga por hectare por ano, o que gera uma receita bruta de mais de R$ 200 mil anuais, sem contar o valor recebido com o comércio dos moluscos.

PESQUISA CATARINENSE

Os estudos para o cultivo de macroalgas em Santa Catarina começou em 2008 numa parceria entre Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc).

MARICULTURA EM SANTA CATARINA

Santa Catarina é o maior produtor de moluscos do Brasil. São 478 maricultores envolvidos no cultivo de 16.253 toneladas de moluscos em 2020. Os mexilhões são os organismos mais produzidos, seguidos pelas ostras e por uma pequena produção de vieiras

O estado é o único do país que realiza o monitoramento permanente das áreas de cultivo. O Programa Estadual de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos é um dos procedimentos de gestão e controle sanitário da cadeia produtiva, dando garantia e segurança para os produtores e consumidores.

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural

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