A escassez de grãos e o alto custo do milho encareceu a nutrição do gado leiteiro à base de ração/Foto: Internet
A escassez de grãos e o alto custo do milho encareceu a nutrição do gado leiteiro à base de ração/Foto: Internet

O leite e as pastagens em Santa Catarina

A cadeia produtiva do leite tornou-se uma das mais expressivas do ponto de vista econômico e social. Em situações de normalidade de oferta de insumos, garante renda mensal às famílias rurais e permite que permaneçam no campo com boa qualidade de vida. Nesse momento, infelizmente, a escassez de grãos e o alto custo do milho encareceu a nutrição do gado leiteiro à base de ração. A saída mais racional é a ampliação do sistema de produção de bovinos a pasto. Essa é uma das motivações pelas quais a Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) reivindica ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras, em território catarinense, no âmbito da Embrapa.

Custo de produção do Leite

ENORI BARBIERI, 1º Vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC)

Quando os custos de produção do leite estão em níveis aceitáveis para a viabilidade da atividade leiteira, as pequenas unidades de produção proporcionam renda importante para as famílias rurais e exibem notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade. O Estado já foi o quarto produtor, mas, nos últimos anos, as estiagens e o êxodo de produtores levaram a concentração da produção em menor número de criadores. Atualmente é o quinto produtor nacional, gera mais de 3 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. São cerca de 80.000 produtores de leite – mas atualmente apenas 30.000 são produtores comerciais – e geram mais de 8 milhões de litros/dia.

Para a produção tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da qualidade da produção e na diminuição de custos, com consequente melhoria da renda dos produtores.

Pesquisa de tecnologias voltadas à produção de leite

A proposta da Faesc já foi apresentada no passado ao Ministério da Agricultura e consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.

EMBRAPA

Atualmente, a Embrapa mantém duas unidades em Santa Catarina. Uma em Concórdia, a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. A outra é o Escritório de Negócios de Canoinhas, com pesquisas e produção de batata-semente; mudas de frutíferas; semente básica de cebola e ramas livre de vírus de batata doce.

O novo núcleo de pesquisa poderá ser criado junto à Embrapa de Concórdia ou, ainda, em outra região de larga tradição pecuária. O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto ao tempo em que devolveria a lucratividade do setor.

Fonte: MB Comunicação

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