Levantado os custos de produção da uva em Tangará/Foto: Bom Dia SC
Levantado os custos de produção da uva em Tangará/Foto: Bom Dia SC

Levantado os custos de produção da uva em Tangará

Analisar as informações obtidas a partir da realidade produtiva apresentada pelos produtores de uva, indicando quais são os custos da atividade. Com este foco a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Sistema Faesc/Senar-SC promoveram na última semana, o Painel do Campo Futuro, em Tangará, no meio oeste, em parceria com o Centro de Inteligência em Gestão e Mercados (CIM/UFLA). A iniciativa também permite avaliar alguns indicadores econômicos obtidos, como por exemplo, se a atividade está obtendo Margem Bruta (MB) positiva, ou seja, se está arcando com os desembolsos realizados para a produção, e se mantém no curto prazo.

De acordo com o presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, o Campo Futuro é fundamental para gerar dados seguros das culturas analisadas, o que possibilita ter subsídios para trabalhar políticas públicas que beneficiem a agropecuária. “Tangará se destaca no Estado como o maior produtor de uvas e um dos mais significativos produtores de vinho, tanto que o município é conhecido como a terra dos bons vinhos. Temos a certeza de que o painel do Campo Futuro será essencial para que tenhamos em mãos dados concretos que trarão grandes benefícios ao setor no município”.

Painel do Campo Futuro levantou os cursos da produção da uva em Tangará

O vice-presidente de finanças da Faesc, Antônio Marcos Pagani de Souza, observou que para fazer uma boa gestão é fundamental ter um “raio-x” dos custos de produção. “Como produtor de maçã costumo afirmar que temos uma indústria a céu aberto. Somos muito fortes na produção e a atividade é lucrativa, mas muitas vezes, somos surpreendidos pelo clima, pelos custos e outros fatores de mercado que interferem no crescimento dos negócios. Esse trabalho do Campo Futuro é importante porque nos traz condições de sabermos os custos reais da produção e isso é essencial para gerenciar os preços e o comportamento da produção, além de servir como base para a tomada de decisões, entre outros benefícios”.

O presidente do Sindicato Rural de Tangará, Evandro Pirolli Magnagnagno, também manifestou a satisfação em participar do painel e destacou as boas expectativas em relação aos dados que em breve estarão à disposição dos produtores.

A assessora técnica da CNA, Letícia Fonseca, descreveu que, conforme o modal produtivo desenhado para região, com 4 hectares cultivados com uva, em especial a Isabel, produtividade média de 20 toneladas/hectare, e custos relacionados, a atividade apresenta MB negativa, ou seja, ela não se mantém no curto prazo e, por isso, vem sendo subsidiada por recursos externos.

Letícia ressaltou ainda que tal resultado indica a necessidade de redução nos custos, mas também da readequação dos preços recebidos conforme os custos de produção. Para o levantamento, os custos estão ancorados nos preços atuais – custos de produção para a safra 2022/23-, enquanto a precificação da uva tomou como base o preço mínimo da uva indústria, definido como R$1,31/Kg de uva, 15º glucométricos, para a safra 2021/22. Ainda sendo necessário considerar a média da gradação da uva posta na indústria, resultando ainda em redução nos preços recebidos.

Entenda o Campo Futuro

Em seu 15º ano de execução, o Campo Futuro é um projeto de gestão de custos e riscos voltado para produtores rurais, com propósito de levantar os custos de produção nas propriedades e utilizar as informações como subsídios para o pleito de políticas públicas em prol da produção de alimentos.

Ao todo, o projeto será executado em 141 municípios, distribuídos em 21 estados brasileiros. A iniciativa conta com o apoio das Federações de Agricultura e Sindicatos Rurais, além da participação dos produtores rurais locais. Os dados oriundos das 11 atividades agropecuárias pesquisadas contribuirão para a identificação de estratégias de comercialização, formação de custos de produção e avaliação do nível tecnológico das atividades desenvolvidas nas principais regiões produtoras do Brasil.

São parceiros do Sistema CNA/Senar na realização do Projeto Campo Futuro, para diferentes cadeias produtivas, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), o Pecege (Esalq/USP) e o Labor Rural (Universidade Federal de Viçosa – UFV).

Fonte: MB Comunicação

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