Um grupo de jovens rurais e técnicos da Epagri de São Joaquim, no Planalto Sul Catarinense, se uniram para construir uma proteção de fonte de água modelo Caxambu no interior do município. “Essa tecnologia ambiental e social de baixo custo desenvolvida pela Epagri é capaz de melhorar consideravelmente as condições das nascentes, além de influenciar positivamente a disponibilidade e a potabilidade da água na propriedade rural”, destaca Cristiane Lopes Couto, extensionista da Epagri no município.
A atividade fez parte do curso “Produção, organização e protagonismo: qualificando jovens para fortalecimento e competitividade da agropecuária catarinense”, que neste ano conta com 34 participantes de 12 municípios da região. A proteção foi instalada no dia 11 de junho na comunidade de Bentinho, na propriedade de André Luiz Vieira Hugen, um dos seis jovens do município inscritos no curso.
“O objetivo dessa proteção de nascente aqui na propriedade foi utilizar para o nosso consumo. Ela estava em campo aberto, sem nenhuma proteção no entorno, e a água que utilizávamos para nosso consumo vinha da propriedade do vizinho. Após a visita e o incentivo dos técnicos da Epagri, achamos melhor proteger uma das nascentes dentro da propriedade, que consideramos ser de muita qualidade”, conta o jovem André Luiz.
Água de qualidade
Filipe Souza Oliveira, engenheiro agrônomo da Epagri de São Joaquim, destaca a importância dessa atividade em equipe, que foi realizada atendendo todas as medidas de contingência em relação à pandemia. “Foi um momento de interação entre os jovens, e no encontro eles puderam verificar todos os benefícios da implantação de uma técnica simples de proteção de nascente, que sem dúvida vai influenciar positivamente na saúde de quem irá consumir essa água”.
A proteção de fonte modelo Caxambu agrega uma série de vantagens: tem baixo custo de construção e permite um maior aproveitamento do manancial de água, dispensando a limpeza periódica da fonte. “Ela também diminui a turbidez da água em épocas de chuva, evita o acesso de animais à fonte e diminui a possibilidade de contaminação bacteriológica, melhorando as características físico-químicas da água”, acrescenta a extensionista Cristiane.
Como construir
A estrutura é feita com canos fixados dentro de um tubo de concreto, de modo que ele tenha quatro ou cinco saídas. “Uma para o cano-ladrão, na parte superior; uma para o cano de limpeza, na parte inferior; e dois ou três canos para a saída da água, na parte central do tubo”, explica Carlos Magno de Almeida, técnico da Epagri de São Joaquim.
O tubo deve ser instalado em uma vala aberta no local da nascente e assentado com massa de barro e concreto. Logo acima, coloca-se uma camada de pedra-ferro até cobrir totalmente a estrutura. Na sequência vêm camadas de cascalho, brita e terra. “A vedação se faz com lona plástica ou saco de ráfia e completamos com terra até o nível original do solo”, acrescenta Carlos Magno. A área de entorno da fonte deve ser isolada com cerca e mantida com vegetação para garantir a qualidade da água captada.
A proteção de fonte modelo Caxambu foi desenvolvida no final da década de 1980 no município de Caxambu do Sul, Santa Catarina. Esse modelo é resultado um trabalho conjunto entre extensionistas da Epagri, o geólogo Mariano José Smaniotto, a prefeitura local e agricultores. Hoje, a tecnologia está disseminada por todo o Estado.
Para mais detalhes sobre a construção da fonte modelo Caxambu, procure o escritório da Epagri em seu município.
Fonte: Epagri