Famílias de Arabutã trazem da Alemanha novas práticas para a agricultura orgânica
Famílias de Arabutã trazem da Alemanha novas práticas para a agricultura orgânica

Famílias de Arabutã trazem da Alemanha novas práticas para a agricultura orgânica

Após uma viagem transformadora à Alemanha para participar do Seminário de Agricultura Orgânica, cinco famílias de Arabutã, que fizeram parte da primeira fase do projeto Grünes Land – A Caminho de uma Propriedade Sustentável,  retornam ao Brasil, carregando em suas malas não apenas lembranças, mas também um tesouro de conhecimentos que promete revolucionar a região. Foram nove dias de intensa imersão em práticas agrícolas avançadas, absorvendo inovações que agora serão a base para um futuro mais promissor.

A jornada, que começou com grandes expectativas, superou qualquer imaginação. Nas fazendas sustentáveis e nos centros de inovação agrícola da Baviera, essas famílias testemunharam como é possível unir tradição e tecnologia para criar uma agricultura que respeita o meio ambiente e, ao mesmo tempo, aumenta a produtividade. Cada técnica, cada nova abordagem foi assimilada com a urgência de quem sabe que está lidando com o futuro de sua terra.

Evandro Lembi, consultor do programa DEL na região Oeste pela FACISC e um dos líderes da missão, reflete sobre a profundidade da experiência: “esta foi a primeira vez que um grupo de agricultores participou de um seminário deste porte na Baviera, visando buscar experiências inovadoras para aplicar em suas propriedades. Penso que, voltar para casa com essa bagagem de conhecimento é saber que temos em mãos as ferramentas para transformar Arabutã.

O que vimos na Alemanha nos mostrou que o futuro da sustentabilidade é mais do que uma possibilidade. É uma necessidade urgente que podemos concretizar”, pontuou ele, ao mesmo tempo em que destacou o papel essencial das tecnologias de ponta e como elas podem ser adaptadas às necessidades locais sem perder de vista as tradições que moldam a identidade agrícola da região.

No centro dessa experiência, o imponente Castelo Blumenthal, um símbolo de inovação ecológica, que serviu como um marco inspirador. “Ao caminhar pelos jardins e pelos laboratórios do castelo, pudemos ver como a tecnologia pode ser utilizada de forma responsável, respeitando a natureza e promovendo um ciclo de sustentabilidade que começa na terra e termina na mesa”, pontua a técnica da Epagri e coordenadora do Programa Grünes Land, Danieli Simonetti.

O grupo visitou fazendas orgânicas da Baviera
O grupo visitou fazendas orgânicas da Baviera

Com uma programação intensa de atividades, o grupo visitou fazendas orgânicas da Baviera nas áreas de produção de laticínios, aves, hortaliças, panificados, unidades modelo de energias renováveis para agricultura, cooperativas, feiras regionais da agricultura familiar e cidades modelo ecosustentáveis.

“Isso nos fez perceber que estamos no caminho certo, mas podemos ir além para tornar nossa agricultura ainda mais sustentável e desenvolver nossas propriedades. Aqui, temos a possibilidade de produzir bio-orgânico daqui alguns anos, no qual agregaremos valor. Também podemos organizar nosso ponto de venda, comercializar nossos produtos em local específico padrão Alemanha: a pessoa retira seu produto e paga sem ninguém estar atendendo. É inimaginável você atravessar o oceano para que o nosso futuro e da nossa Arabutã seja ainda melhor. A gente não tem palavras suficientes para agradecer”, destacou Marneide Hartmann, produtora de moranguinho e hortaliças.

E os benefícios não param por aí. As palavras dos demais agricultores ao desembarcarem revelam o impacto profundo dessa experiência. “Aprendemos que pequenas mudanças podem gerar grandes transformações. Estamos prontos para aplicar o que vimos e fazer a diferença em nossa propriedade de leite e avicultura,” afirmou Elenice Fangmeier, com uma determinação renovada.

Charles Giovane Deuner, outro integrante da missão, este do ramo de Moinho, com produção de farinha, fubá, entre outros produtos, compartilhou: “Acredito que cada alemão já teve um sonho de conhecer a Alemanha e as suas origens. Com este seminário, trouxemos muito mais que isso. Em Arabutã temos muitas riquezas que podem ser aproveitadas e a gente não faz. Contamos com a potencialidade de buscar novos clientes e mercados, fomentar nossos produtos, assim como nos deram dicas. Estamos prontos para revolucionar nossa região e servir de exemplo”.

Além das visitas técnicas, o grupo também teve a oportunidade de participar de seminários e workshops com especialistas em sustentabilidade, no qual discutiram temas como a conservação do solo, o uso eficiente da água e a importância da biodiversidade para a saúde dos ecossistemas agrícolas. Essas interações proporcionaram não apenas conhecimento técnico, mas também a troca de ideias e a construção de redes de contato que poderão ser fundamentais no desenvolvimento de projetos futuros em Arabutã.

Com o retorno ao Brasil, o desafio agora é aplicar esses conhecimentos de maneira prática. “Estamos voltando com um plano claro de ação, que vamos tentar implantar na nossa propriedade, como o sistema do esterco, para facilitar a limpeza. A questão da forma como levam a água nos piquetes de pastagem para os animais. Nossa ideia é ir adaptando as técnicas que aprendemos à nossa realidade local. Não queremos apenas aperfeiçoar para nós, mas também pensando no futuro de Arabutã”, comentou Maisa Regelmeier, outra agricultora que participou da viagem.

Esta missão, também acompanhada pela prefeita Leani Schmitt, foi articulada pelo Instituto Desenvolvimento Econômico Local (IDEL) da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), por meio do DEL Turismo e o município de Arabutã e, organizada pela Bildungswerk der Bayerischen Wirtschaft (bbw internacional), com o apoio do Ministério de Cooperação da Alemanha (via Sequa), da Agropecuária Pampa, Artefatos Arabutã, Adubos Ferticel e Ambiotop Soluções Ambientais, marca o início de uma nova era para as famílias arabutanenses, que agora se preparam para liderar o caminho rumo a uma agricultura ainda mais sustentável e inovadora.

Com o conhecimento adquirido, o grupo está pronto para transformar sua região e servir de inspiração não só para o estado, mas para o país.

Famílias de Arabutã trazem da Alemanha novas práticas para a agricultura orgânica
Famílias de Arabutã trazem da Alemanha novas práticas para a agricultura orgânica

Município de Arabutã

O município de Arabutã tem uma população de 4.378 (fonte: IBGE/Censo/2022) destes, cerca de 31% residem na área urbana e em torno de 69% residem no meio rural o que atribui ao município características essencialmente rurais, o município é constituído por 24 comunidades/linhas rurais, também conta com 1 distrito e 3 loteamentos. Possui uma área de 132,7 Km².

Sua etnia formadora é a Alemã. Com raízes germânicas presentes na arquitetura, nas danças folclóricas, na música, na culinária típica, nas festas e nos costumes.

Em recente pesquisa aplicada, constatou-se que 61,92% da população ainda falam a língua alemã na sua maioria no dialeto Hunrückisch.

A cuca de Arabutã é o destaque gastronômico, sempre presente nos cardápios das festas e nas casas de seus munícipes, e por isso o município recebeu o título da Capital Catarinense da Cuca em 12/12/2010, conforme Lei Municipal Nº 604 de 19 de outubro de 2010.

Também se destacam na culinária local a tripa grossa, o salame cozido na água, Eisbein (joelho de porco) e o chucrute que é uma conserva de repolho fermentado (Sauerkraut) que pertencem juntamente com a cuca à culinária alemã, presente nas festas típicas da cidade.

A tradição do município com a música é muito grande e vem de muitos anos. O município possui 5 bandas, 6 corais e 5 grupos religiosos de louvor;

Na dança o município possui atualmente 4 grupos de Danças sendo 3 Germânicos.

Com informações da Assessoria de Imprensa Instituto DEL

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