Entre 2012 e 2018, a participação de residentes do meio rural atuando em empregos não agrícolas cresceu de 41,5% para 47,5%. Essa é uma das conclusões da nova edição especial de estudo sobre mercado de trabalho do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento refletiu principalmente a redução da PO rural agrícola (ocupada na agropecuária). Entre as atividades não agrícolas realizadas por residentes do meio rural, destacam-se as da indústria geral e do comércio.
A participação da agroindústria no total de empregos não agrícolas dos residentes rurais variou entre 8,4% e 9,8% de 2012 a 2018, não tendo apresentado uma tendência geral. E, entre as agroindústrias, destacam-se a agroalimentar e as indústrias de madeira, móveis de madeira, papel e celulose.
SALÁRIO – Em 2018, o salário médio esperado de um trabalhador rural no setor não agrícola era de R$ 1.191, apenas 11% superior ao rendimento médio no setor agropecuário. Segundo pesquisadores do Cepea, isso reflete o fato de que 49,9% dos residentes rurais ocupados no setor não agrícola estavam engajados em atividades com rendimentos médios iguais ou inferiores ao da agropecuária. Logo, o entendimento do emprego não agrícola como uma alternativa de melhores rendimentos para o residente rural deve ser visto com cautela, sobretudo quando a motivação para a mudança de atividade refletir fatores de expulsão da agropecuária, e não fatores de atração do emprego não agrícola.
Fonte: Cepea