Estudo divulgado na revista Nature informa que galinhas geneticamente modificadas são imunes ao vírus da gripe aviária
Estudo divulgado na revista Nature em 10 de outubro, representa um passo importante na criação de galinhas resistentes à influenza aviária, embora ainda haja trabalho a ser feito para torná-las completamente imunes ao vírus.
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Cientistas de universidades de Edimburgo e Cambridge alcançaram um marco inovador ao desenvolver galinhas geneticamente modificadas que são imunes ao vírus da gripe aviária. Pequenas alterações no gene ANP32A tornaram essas aves altamente resistentes à doença, com aproximadamente 90% delas não apresentando sinais de infecção quando expostas ao vírus.
A equipe de pesquisa liderada por Mike McGrew, do The Roslin Institute na Escócia, utilizou a tecnologia CRISPR/Cas9 para modificar o genoma de embriões de galinha, introduzindo mutações específicas no gene ANP32A.
Quando essas galinhas editadas foram expostas ao vírus em uma dose equivalente à exposição real, apenas 10% delas foram infectadas, e a carga viral liberada foi mínima. Mesmo quando submetidas a uma dose muito maior do vírus, apenas cinco das 10 aves editadas foram infectadas, com uma carga viral significativamente inferior à observada no grupo de controle.
Importante notar que essas aves geneticamente modificadas não apresentaram efeitos adversos na saúde ou na produção de ovos durante o período de mais de dois anos em que foram monitoradas.
Os cientistas acreditam que a edição adicional de outros genes relacionados, como ANP32B e ANP32E, também poderá impedir a replicação do vírus. Em um experimento subsequente, eles editaram esses três genes em células de galinha cultivadas em laboratório, o que resultou na completa inibição da replicação viral. Isso sugere que a edição genômica de múltiplos genes pode ser necessária para criar galinhas totalmente resistentes ao vírus da influenza A. A equipe planeja testar essa abordagem em galinhas vivas.
A pesquisa é promissora no combate à gripe aviária, uma ameaça que afeta aves selvagens, causa prejuízos econômicos aos produtores e apresenta riscos à saúde humana. A vacinação de aves contra a doença é desafiadora, tornando essa abordagem de edição genômica uma alternativa viável. Além disso, essa tecnologia tem o potencial de ser aplicada em outras espécies animais, tornando-as mais resistentes a diversas cepas de doenças.
A gripe aviária pode causar sintomas semelhantes aos da gripe em humanos, mas também representa um risco de complicações graves, incluindo problemas pulmonares e cardiovasculares. Evitar a disseminação do vírus em animais é fundamental para reduzir o risco de uma nova pandemia.
Fonte: Agromidia