Com a peste suína ainda fora de controle na Ásia, a potência chinesa se tornou o principal comprador de carne bovina brasileira neste ano. Além disso, as exportações de carne in natura estão colaborando para a sustentação dos preços da arroba em melhores patamares.
Segundo o Pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho, a expectativa de preços é boa no curto prazo, principalmente pela a exportação estar com a demanda aquecida. “É o primeiro ano em que exportamos mais de 100 mil toneladas de carne bovina in natura por mês. Esse cenário deve se manter até o final do ano e isso ajuda a segurar os preços do animal”, comenta.
O principal comprador de carne bovina era Hong Kong, que sempre comprou separado da China, no mês de setembro os chineses começaram a liderar. “Esse mercado ainda tem potencial de crescimento em que cada habitante consome 5,00 kg por ano de carne bovina”, diz.
Com relação ao confinamento, o pesquisador salienta que o primeiro giro foi mais restrito em função da cotação do cereal estar com viés altista no início do ano. “Esse cenário foi revertido em abril e maio, com a peste suína se alastrando pela a Ásia, e que resultou em uma demanda maior por parte dos produtores de frango e suínos”, afirma.
Esse menor volume de animais no primeiro giro implicou em uma redução de oferta no mês de setembro. “No entanto, as referências da arroba tiveram picos de preços no mês de setembro dos anos anteriores por outros motivos, como a delação da JBS em 2017 e as cotações do milho valorizadas em 2018”, conta.
Para os próximos meses, a tendência é que o consumo no mercado interno fique mais intenso com a aproximação das festas de final de ano. “Há uma demanda aquecida em que o traseiro registra valorizações nesse período e acaba puxando as cotações do boi gordo. Com as exportações aquecidas e um consumo interno melhorando acaba ajudando a sustentar os preços do boi”, ressalta
Fonte: Noticias Agrícolas