A projeção é que nas próximas duas safras cresça o número de adeptos às compras online/Foto: Divulgação Internet
A projeção é que nas próximas duas safras cresça o número de adeptos às compras online/Foto: Divulgação Internet

Agricultor brasileiro é mais digitalizado do que o norte-americano

O levantamento foi feito antes da pandemia da Covid-19

Um estudo realizado pela MCKinsey Consultoria mostrou que o agricultor brasileiro é mais antenado em tecnologia do que produtores  norte-americanos. No Brasil, 36% dos pesquisados fazem compras online para a fazenda, contra 24% nos Estados Unidos.

O levantamento foi feito antes da pandemia da Covid-19, ou seja, não sofrendo impacto referente às compras online, por exemplo, que atualmente cresceram devido a necessidade pelo isolamento social e o comércio fechado.

Para Nelson Ferreira, sócio-sênior da MCKinsey, um dos principais fatores identificados na pesquisa é que o agricultor brasileiro tem um perfil mais jovem e aberto à mudanças. Outro ponto é que ter mais de uma safra ao ano possibilita um maior investimento na propriedade. “O conjunto desses fatores explica por que que ele [brasileiro] é mais digitalizado, além do que, o consumidor brasileiro em vários setores, tanto rural como urbano, ele é tipicamente mais digitalizado do que o americano”, comentou.

O estudo mostrou que a maior preocupação dos clientes na comercialização feita pela internet é com a garantia da compra. “O agricultor tem muita preocupação com a segurança, tanto a segurança de receber o produto, quanto à segurança cibernética do site ou do aplicativo pelo qual ele faz a transação”.

A projeção é que nas próximas duas safras cresça o número de adeptos às compras online, já que 33% do total de agricultores pesquisados estão dispostos a pedir sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas pela internet. “Essa é uma grande oportunidade para as empresas do setor investirem e se desenvolverem, porque existe esse apetite pelos canais digitais e agora, em função da crise da Covid, a gente tem uma nova geração que está experimentando”, acrescentou Ferreira.

A pesquisa observou ainda uma mudança em relação a algumas práticas entre os produtores, como, por exemplo, a fidelidade a marca do produto. “Nós percebemos que essa nova geração de agricultores, em todas as regiões do Brasil, porém, mais particularmente, no Cerrado e nos estados do Nordeste, eles são menos fiéis a marcas. São agricultores mais sofisticados, mais transacionais. Eles valorizam mais o preço, a qualidade agronômica daquele produto, do que, necessariamente, a marca que aquele produto possui”.

O principal motivo que alterou os hábitos na propriedade é que o perfil de produtores passou a ser mais jovem e com uma graduação maior. “Essa é uma mudança que está totalmente relacionada a essa mudança de geração que aconteceu com os agricultores e o maior grau de sofisticação que eles possuem”,  finalizou.

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