O Projeto Restaurar é custeada com recursos oriundos de multas ambientais, a iniciativa abrange áreas de sete municípios e fará plantio de espécies ameaçadas de extinção como araucária, xaxim, canela-preta e imbuia
Bom Dia SC – Nos próximos 45 meses, sete municípios das regiões Oeste e Serrana de Santa Catarina receberão mais de 100 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica em risco de extinção. A iniciativa é do Projeto Restaurar, que tem o objetivo de recuperar uma área de 127,52 hectares, o equivalente a 3.541 lotes urbanos de 360 m2 cada — distribuída entre as cidades de Bom Retiro, Curitibanos, Fraiburgo, Grão Pará, Monte Carlo, Santa Cecília e São Joaquim.
O foco é o incremento das populações de araucária, imbuia, canela-preta e xaxim. Além dessas espécies-alvo, seguindo conceitos agroflorestais também serão implantadas mudas de frutíferas nativas e outras espécies que fazem parte do ecossistema das florestas Ombrófila Mista (FOM) e Densa (FOD). As mudas serão plantadas em seis áreas rurais integrantes de Projetos de Reforma Agrária (PA), duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e no Parque Estadual da Serra Furada.
O que é o Projeto Restaurar
O Projeto Restaurar é dividido em três metas. A Meta I, executada entre fevereiro de 2022 e dezembro de 2023, consistiu na elaboração de diagnósticos das áreas a serem restauradas. Com a conclusão desses diagnósticos, em abril de 2025 teve início a execução da Meta II, que é o processo de restauração propriamente dito, com reestruturação do viveiro, coleta de sementes para produção de mudas, atividades de educação ambiental, retirada de plantas invasoras, construção de cercas, além do plantio das nativas, entre outras ações.
“A partir dos diagnósticos elaboramos metodologias específicas para cada cenário de acordo com as condições atuais da hidrografia, da morfologia, do solo e da vegetação das unidades de implantação além de outros aspectos relacionados às comunidades e proprietários das áreas de restauração”, destaca Natal Magnanti, engenheiro agrônomo e coordenador geral do Projeto Restaurar. “Nosso objetivo é restaurar as áreas com as espécies-alvo que foram exploradas ao longo do tempo e que agora estão ameaçadas de extinção.”
Após a reativação do viveiro para produção das mudas, os próximos passos serão novas visitas às áreas a serem restauradas, a realização de atividades educativas, informativas e de mobilização das comunidades envolvidas, assim como o plantio das espécies propriamente dito e seu respectivo acompanhamento.
A entidade executora do Projeto Restaurar é da AVICITECS (Associação Vianei de Cooperação e Intercâmbio no Trabalho, Educação, Cultura e Saúde), sediada em Lages. Os recursos são oriundos do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) n0 40/2021 firmado entre AVICITECS e IBAMA. A previsão é que o Projeto Restaurar tenha aproximadamente oito anos de duração.
Tudo é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar formada por engenheiro florestal e agrônomo, técnico agrícola, educador popular, administrador, contador, entre outros. Além da atuação do IBAMA, as atividades contam com o apoio de instituições como UFSC (por meio do Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais, Laboratório de Ecologia Aplicada, Laboratório de Educação no Campo e Reforma Agrária) e UDESC (por meio do Laboratório de Ecologia Florestal), sendo acompanhado também pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina, pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela 6ª Vara do Juízo Federal de Santa Catarina.
Depois de concluído o plantio de cerca de 126.540 mudas, inicia-se a Meta III, com monitoramento, manutenção, assistência técnica e a elaboração de relatórios com posterior divulgação dos resultados. Cada etapa do Projeto Restaurar, incluindo relatórios e prestação de contas, pode ser acompanhada pelo site e redes sociais da AVICITECS.
Este projeto é realizado com recursos do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) no 40/2021 firmado entre AVICITECS e IBAMA.
Fonte: Assessoria de Imprensa AVICITECS
