Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos, Crítico de Arte
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A estética á luz do pensamento de Kant

Isagogicamente, Kant, relevante filósofos Modernidade, dedicou parte significativa de sua obra ao estudo da estética, entendida como a teoria do belo e do julgamento estético. A estética kantiana é desenvolvida principalmente na “Crítica da Faculdade do Juízo” (1790), onde Kant busca reconciliar os domínios da natureza e da liberdade, explorados respectivamente em suas duas críticas anteriores: a “Crítica da Razão Pura” e a “Crítica da Razão Prática”.

Outrossim, para ele, a Estética não se restringe à análise das obras de arte, mas é essencial para a compreensão do próprio funcionamento da mente humana em sua capacidade de julgar. Ele propõe que o julgamento estético é um tipo de julgamento reflexivo, distinto tanto dos juízos de conhecimento, que envolvem conceitos, quanto dos juízos morais, que envolvem princípios práticos. O juízo estético, segundo Kant, é desinteressado, o que significa que ele não se refere a um desejo ou interesse prático, mas sim a um prazer que se origina na livre harmonia entre a imaginação e o entendimento.

Destarte, o filósofo distingue entre o belo e o sublime como categorias fundamentais da estética. O belo está relacionado à forma dos objetos e ao prazer que esta forma suscita em nós, um prazer que é comunicável e universalizável, ainda que não dependa de um conceito determinado. O sublime, por outro lado, está ligado a experimentos que transcendem a nossa capacidade de compreensão, como a imensidão do céu estrelado ou a força devastadora de uma tempestade. Diferente do prazer do belo, o sublime envolve uma sensação mista de prazer e dor, pois confronta a nossa imaginação com a infinidade e a força, provocando um sentimento de respeito pela nossa própria razão, que pode conceber ideias de totalidade e moralidade.

Sua abordagem também consiste em reflexão sobre a liberdade. O juízo estético, pela sua natureza desinteressada e universalizável, é uma expressão da liberdade humana, pois não está preso a interesses sensíveis ou práticos. Além disso, na apreciação do belo, experimentamos uma forma de liberdade interna, onde a imaginação e o entendimento operam em harmonia, sem a imposição de um conceito ou finalidade externa.

Ademais disso, explora a ideia de que o juízo estético possui uma dimensão moral. Posto que o prazer estético seja desinteressado, ele pode ser visto como um prelúdio para a moralidade, na medida em que a capacidade de julgar o belo reflete uma disposição para julgar o que é bom moralmente. Nesse sentido, a estética kantiana não é apenas uma teoria do gosto, mas também uma teoria sobre a formação do caráter moral.

Em epítome, a Estética, em Kant, configura parte integral de sua filosofia crítica, conectando o domínio da natureza com o da liberdade e fornecendo uma base para a compreensão do juízo humano em sua totalidade.

Por final, seu ideário estético influenciou profundamente, estabelecendo as bases para o entendimento moderno do belo, do sublime e da arte.

Prof. Dr. Adelcio Machado dos Santos
Crítico de Arte

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