O horário de verão chega ao fim neste sábado. Quem vive nos dez Estados e no Distrito Federal onde os relógios tiveram de ser adiantados há pouco mais de três meses, deve agora fazer o contrário e atrasar os ponteiros em uma hora à 0h de domingo.
Pode parecer uma mudança pequena, mas ela pode afetar o funcionamento do organismo e ter impactos sobre o nosso bem-estar e saúde, explica o médico John Araujo, professor titular de Cronobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
"As pessoas pensam que vão ganhar uma hora, acabam ficando acordadas uma hora a mais e perdem o controle do horário de ir dormir. Acabam dormindo menos de sábado para domingo e de domingo para segunda-feira", diz Araujo.
Araujo explica que o sono tem um "efeito reparador" para o nosso corpo, principalmente para o cérebro e que o acúmulo de deficit de sono tem "os mesmos efeitos de estar embriagado".
"Afeta nossa capacidade de atenção e concentração, reflexos e destreza motora e aumenta a chance de haver acidentes", afirma o médico.
Mas como minimizar esses efeitos e "atrasar" também o ritmo do corpo, acostumado desde 4 de novembro do ano passado com dias que amanhecem e anoitecem mais tarde?
O que fazer para se acostumar à mudança de horário?
A boa notícia é que é mais fácil se adaptar ao fim do horário de verão do que ao começo, explica a neurologista Andrea Barcelar, presidente da Associação Brasileira do Sono.
"Também é assim quando viajamos. É mais simples se acostumar com um novo fuso horário e dormir mais tarde quando vamos para oeste, rumo aos Estados Unidos, por exemplo, do que dormir mais cedo quando vamos para o leste, na direção da Europa", diz Barcelar.
Fonte: BBC