O empresário Willy Egon Frey, pioneiro na produção de maçãs e empreendedor no ramo de reflorestamento, morreu aos 97 anos, no domingo (1º) de outubro, em Itapema, onde residia. Seu corpo foi transladado e velado na Câmara de Vereadores de Fraiburgo, seu sepultamento aconteceu na tarde desta segunda-feira (02), no Cemitério Memorial Park no município onde Frey foi prefeito entre os anos de 1973 e 1977.
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“Frey foi um homem acostumado a estar sempre um passo à frente; foi assim em toda a sua trajetória de empreendedor, marcada pelo pioneirismo e pela busca constante de inovações”, afirma Gilberto Seleme, presidente em exercício da FIESC, ao destacar o legado para o desenvolvimento regional como grande empreendedor e de visão inovadora do integrante da família que fundou a cidade de Fraiburgo, no Meio Oeste de Santa Catarina.
Willy e o cultivo da maçã em Fraiburgo
Willy Egon Frey apostou no cultivo de maçã quando a fruta era considerada inadequada para as condições climáticas do País. Defendeu a viabilidade econômica do reflorestamento numa época em que a cultura predominante era a extrativista. Ao se dar conta de que um povoado crescia em torno dos negócios da família, preocupou-se em criar diretrizes de desenvolvimento urbano, origem da organização vista hoje em Fraiburgo (“burgo dos Frey”).
Willy aliou desde cedo seu lado visionário a uma grande capacidade de realização, impulsionada pela habilidade para conquistar apoio e pela credibilidade que foi associando à própria imagem. Um exemplo foi o período em que foi prefeito de Fraiburgo, considerando-se já bem remunerado pelos negócios, fez questão de doar seu salário a instituições assistenciais e criou incentivos para jovens com desempenho escolar destacado.
Willy nasceu em 1926 na cidade paranaense de Castro e mudou-se para Santa Catarina ainda criança, chegando inicialmente em Perdizes, atual cidade de Videira. Ali, seu pai, o imigrante alemão René, abriu um açougue. Na adolescência, para ajudar nas contas de casa, Willy trabalhou como aprendiz de marceneiro. Mas os negócios da família prosperaram – o açougue adquiriu um frigorífico e se transformou numa fábrica de embutidos – e Willy pôde ser enviado para estudar no Internato Paranaense, mantido em Curitiba pelos Irmãos Maristas. Ali ficaria por três anos, seguidos por mais um ano no Colégio Mackenzie, em São Paulo.
Em 1963, aos 36 anos, Willy casou-se com Maria Thereza, uma professora mineira que conhecera no Rio, com quem teve quatro filhos. Quatro anos depois, vislumbrando um novo negócio, o reflorestamento, ele teve todo o apoio da esposa para voltar a Fraiburgo.
Criou uma nova empresa, a Reflor, e aproveitou incentivos do Governo Federal para o plantio de pinus americano, espécie que ainda era pouco conhecida no país. Teve dificuldade para convencer até mesmo o pai e o tio, que se mostravam reticentes diante de um investimento com prazo de retorno tão longo – 15 anos, no mínimo.
Willy integrava a primeira geração nascida no Brasil da família Frey, que residia na região francesa da Alsácia, historicamente disputada com a Alemanha. Após a 1ª Guerra Mundial, em 1919, que devastou principalmente a Europa Central, Carlos Guilherme Frey emigrou para o Brasil com os quatro filhos, René, Arnoldo, Joana e Agnes. Depois de passar pela Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a família se estabeleceu no Paraná, onde os irmãos Renné e Arnoldo casaram-se, respectivamente, com Maria e Lydia Damaski.
Nos últimos anos Willy se dedicava a cuidar da educação e a preservação do meio ambiente para as novas gerações.
Com informações da FIESC
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