Um dos objetivos foi a organização eficaz para o atendimento a encalhes de grandes baleias ao longo dos 130 km de costa da unidade de conservação
A Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (APABF) realizou entre os dias 05 e 06 de junho, em Imbituba, um curso sobre o desencalhe de grandes baleias na costa sul de Santa Catarina. A equipe do projeto ProFRANCA, que conta com patrocínio Petrobras, participou do curso, que revisou e organizou o Protocolo de Encalhes e Enredamentos de Mamíferos Marinhos da APABF, ajudando a padronizar ações com as instituições parceiras que atuam em Santa Catarina e em outras regiões.
O Instituto Australis, que realiza o ProFRANCA, é membro da coordenação do Protocolo da APABF, junto com as seguintes instituições: ICMBio/APABF, Associação R3 Animal, Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC/CERES, Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski, da UNESC, Corpo de Bombeiros, Capitania dos Portos, Polícia Federal/Núcleo Especial de Polícia Marítima/NEPOM e Polícia Militar Ambiental.
O encontro contou com as instituições que compõem o Protocolo de Encalhes, além de outras instituições parceiras como o LEC/UFPR, Univille, Projeto Toninhas do Brasil, Educamar Brasil, Ceclimar/ UFRGS, Defesa Civil e Secretaria de Turismo de Imbituba.
De acordo com a chefe da unidade de conservação, Renata Daniella Vargas, “o curso foi fundamental, pois a ocorrência de encalhe de espécies na costa é uma situação que requer pessoal capacitado para realização das ações de manejo, uma vez que pode diminuir o risco de morte dos animais e evitar acidentes com pessoas próximas.”
A diretora de Pesquisa do ProFRANCA/Instituto Australis, Karina Groch, foi uma das palestrantes do curso: “Foi importante para o nivelamento de informações e procedimentos relacionados aos encalhes de baleias vivas, visando a melhoria dos atendimentos e à ação coordenada das instituições. Desde 2003 já tivemos o encalhe de cinco baleias-francas vivas, sendo que quatro foram devolvidas ao mar com sucesso. A ocorrência mais recente foi em 2014 quando uma baleia-franca adulta, com seu filhote, entrou pelo canal dos molhes de Laguna (SC) e encalhou na Lagoa de Santo Antônio. O filhote retornou sozinho ao mar aberto e a mãe foi resgatada com sucesso. Além disso, mais recentemente, já devolvemos ao mar três baleias de outras espécies”.
Para a agência governamental norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), um encalhe de mamífero marinho pode ser caracterizado quando o animal está morto na praia ou na água; vivo na costa e incapaz de retornar à água sob seu próprio poder; vivo na costa e, embora possa retornar à água, precisa de atenção médica aparente; na água e não pode retornar ao seu habitat natural sob seu próprio poder ou sem assistência.
As principais causas de encalhes de animais marinhos estão associadas a fatores naturais ou devido à ação humana como o enredamento em artes de pesca, colisões com embarcações e poluição.
Temporada Reprodutiva das Baleias-Francas
A temporada de reprodução das baleias franca no Brasil geralmente ocorre de julho a novembro, com o pico de ocorrência em setembro. No entanto, os padrões reprodutivos desses animais têm tido flutuações, o que apresenta desafios para os pesquisadores. A equipe do ProFRANCA já está preparada para mais uma temporada reprodutiva, empenhada em monitorar e estudar de perto esses animais magníficos, a fim de obter informações valiosas sobre a dinâmica populacional e o comportamento.
Quer saber onde tem baleia-franca?
O ProFRANCA informa diariamente em seus stories, no Instagram e Facebook, onde foram avistadas as baleias-francas. No site do Projeto (baleiafranca.org.br) há mais detalhes sobre como são identificados os exemplares e um mapa das avistagens.
O ProFRANCA – Projeto Franca Austral – é realizado pelo Instituto Australis e conta com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.