Segunda causa de morte no mundo e primeira de incapacidade no Brasil, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode acontecer com qualquer pessoa, em todas as idades, afetando pacientes, familiares e amigos. O Dia Mundial do AVC é celebrado em 29 de outubro e neste ano a campanha “Não Deixe que Seja Você” é voltada para a prevenção, focada na atividade física. O objetivo é aumentar a conscientização sobre o risco individual de AVC, equipando ao máximo as pessoas com informações e ferramentas de prevenção que podem salvar vidas.
O AVC ocorre quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da área cerebral por falta de circulação sanguínea adequada. O sedentarismo gera um risco para o AVC de 36%. Para a redução desse risco, o ideal é realizar atividade física de 30 minutos por dia, 5 vezes por semana.
A prevenção pode evitar 90% dos casos. O reconhecimento dos sinais de alerta do AVC e o rápido tratamento de urgência em um centro especializado diminuem as chances de sequelas. A cada ano no mundo, 13,7 milhões de pessoas tem um AVC e, desses, 5,5 milhões morrem. Atualmente, existem 80 milhões de sobreviventes de AVC.
Informações recentes do estudo “Carga Global de Doenças” demonstraram que o risco de AVC ao longo da vida é de 1 em cada 4 pessoas. Além disto, o Estudo Interstroke demonstrou que cerca de 90% dos AVCs são associados à 10 fatores de risco facilmente controláveis, confirmando a importância da compreensão pública do risco de AVC e da conscientização para a prevenção.
Referência em AVC
O Hospital Governador Celso Ramos (HGCR), em Florianópolis, é uma unidade pública da Secretaria de Estado da Saúde (SES) referência para atendimento de pessoas que sofrem AVC na Grande Florianópolis. No hospital é feito o diagnóstico do AVC e instituído o tratamento adequado, no tempo certo.
O hospital conta com uma unidade especializada para atendimento dos casos com AVC em sua fase aguda, que é a Unidade de AVC. “Temos uma equipe multidisciplinar, com neurologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e nutricionistas que atuam de forma conjunta para atender os casos de AVC desde os primeiros sintomas”, explica a chefe do Serviço de Neurologia e coordenadora do Ambulatório de AVC do HGCR, Gladys Lentz Martins.
Há 14 anos, o HGCR realiza terapia trombolítica (Trombólise), ou seja, é a infusão de um medicamento na veia do paciente para dissolver o coágulo da artéria do cérebro. “Para realizar esse tratamento, o paciente precisa fazê-lo em até quatro horas e meia depois do acidente. Quanto mais precoce for iniciado, mais chances de se obter bons resultados. Tempo é cérebro e tempo perdido mata os neurônios”, esclarece Gladys.
Outros tratamentos mais avançados para casos de AVC também vêm sendo realizados no Hospital Celso Ramos há quatro anos. “Temos também a Trombectomia Mecânica, que consiste na retirada do coágulo que não pôde ser dissolvido ou que se encontra em uma artéria maior. Esse tratamento apresenta uma janela para realização de até 24 horas, conforme os últimos estudos publicados”, destaca a chefe de Neurologia.
Em caso de AVC, não fique em casa
A Covid-19 não pode ser um impedimento para que o paciente procure atendimento médico, pois o AVC pode ter sido deflagrado pela doença respiratória. Nessas situações é muito importante acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para que o paciente seja encaminhado para a unidade de referência em AVC da sua região o mais rápido possível.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde – SES